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                              Perguntas e Respostas

 

Qual o proposito da existência do Ser?

Dentro da metafísica aristotélica, a doutrina do ato-potência encontra-se vinculada ao conceito de causalidade. Analisemos, portanto, a teoria alvissarista da origem primitiva da linguagem sob o ponto de vista da doutrina aristotélica do ato-potência. Para Aristóteles, causa é tudo o que contribui para a realidade de um ser: é tanto a causa material (aquilo de que a linguagem é feita: o conjunto de todos os significantes) quanto a causa formal (que define a linguagem humana, distinguindo-a das demais linguagens: linguagem humana, não animal), como também a causa final (o gene da linguagem, existente como ato no código genético do animal, e que levou à mutação que produziu a linguagem humana, transformando o macaco em homem), como ainda a causa eficiente (o agente, no caso o roubo do fogo, aquele que gerou a linguagem, atualizando a potencialidade do gene da linguagem no código genético do macaco). A causa formal está intimamente ligada à causa final, pois é em vista de um fim que os seres móveis (naturais ou artefeitos) foram criados pelo Ser imóvel, isto é, Deus, e se transformam: a finalidade é que determina o que os seres são ou vem a ser. Da mesma forma como o macaco se transformou em homem, o homem se transformará em espírito após a morte, e depois de um ciclo necessário de vidas e mortes o espírito se transformará em anjo. No processo da criação do conjunto de todos os seres, a causa formal é separada, por Deus, das características acidentais dos seres e passa a existir no espírito, plenamente atualizada e universalizada. Antes existia no ser concreto, particularizadamente, como uma estrutura que o identificava (fazendo-o, por exemplo, um organismo simples e não um homem), ao mesmo tempo em que o assemelhava, apesar das singularidades, aos demais seres da mesma espécie (tornando-o um dos organismos existentes); depois abstraída dos aspectos materiais e individualizantes (cor negra, bico longo, pescoço fino, etc.), a forma passa a existir na mente do espírito, como um conceito universal (não mais um organismo de determinada família, mas simplesmente um organismo). Seja na natureza ou na arte, todo movimento, toda transformação (qualitativa ou quantitativa) constitui a atualização da potência de um ser que só se faz devido à atualização desse ser em ato: o organismo simples se transformou em um organismo complexo; o macaco se transformou em homem e o homem se transformará em anjo graças ao escultor – Deus –, que já possuía em seu espírito a ideia do animal, do homem e do anjo. Na criação natural arquitetada por Deus, a forma preexiste ao ser que é criado: o ser atualizado (o homem adulto, por exemplo) torna-se capaz de gerar um ser semelhante a ele. Desse modo, as formas, os arquétipos eternos, as ideias, os espíritos, entendidos como um tipo de formação ontológica são mutáveis enquanto o Ser que os criou é imutável. Como é a intenção de Deus que comanda a transformação do organismo simples ao organismo complexo, analogamente é sempre a causa final que rege o movimento dos seres do universo. Depois da criação de todo os seres do universo por Deus, cada ser atualiza as suas virtualidades devido à ação de outro ser que, tendo-as em ato, funciona como um tipo de motor da transformação dos seres. Esta concepção da existência é o que caracteriza a Metafísica Alvissarista como uma doutrina ao mesmo tempo criacionista e evolucionista, posto que, ao contrário de Aristóteles e em concordância com alguns pré-socráticos, nós admitimos que os organismos complexos são provenientes de organismos simples, isto é, que o mais vem do menos, que o maior vem do menor, que o superior vem do inferior. No entanto, isto não quer dizer que a potência por si só conduza ao ato sem a intervenção de Deus, pelo contrário, Deus é o motor da transformação da potência de um organismo simples no ato de um organismo complexo. A Metafísica Alvissarista concebe, então, o conjunto de todos os seres regido pela finalidade dos seres, e torna o movimento ou atualização da potência em ato de diferentes naturezas interdependentes funcionando numa estrutura cosmológica que segue um único fluxo universal: a angelitude. Deus programou na criação do conjunto de todos os seres uma hierarquia mutável dentro de uma cadeia de ações dos vários motores existentes no universo, onde o ser menos atualizado se transforma num ser mais atualizado, onde um organismo simples se transforma num organismo complexo, onde o macaco se transforma em homem e onde o homem se transforma em anjo. A sucessão de motores móveis só pode terminar – já que o universo é limitado – no primeiro motor: Deus, que é imóvel, mas produz o movimento do conjunto de todos os seres. Deus só pode ser um ato puro, pois do contrário seria móvel. O Deus do Alvissarismo paira fora do universo, movendo-o através da causa final da existência como o Pai ama o Filho. Deus criou o universo, a vida e o homem através do amor consigo mesmo (o Ser [Pai] amou o Nada [Espírito Santo]) e gerou o Filho para ser eterno como Ele. Deus é onisciente, onipotente, onividente e oniaudiente, incorpóreo, espírito puro, existe como um Ser autoconsciente que rege o conjunto de todos os seres ao fim de sua existência: a angelitude. As relações binárias entre espírito-matéria, mente-corpo, ato-potência determina toda a Metafísica Alvissarista. Desse modo, o objetivo de toda ética é o de descobrir a causa verdadeira da existência e atingir a angelitude através da troca de todos os débitos e vícios morais em créditos e virtudes morais através do ciclo de vida e morte estruturado como uma linguagem pela Roda das Encarnações. Num cosmo regido pela finalidade, o Alvissarismo vê a causa da existência como a procura pela angelitude, que a alma alcança apenas se puder, por seu próprio esforço moral e intelectual, trocar todos os seus débitos e vícios morais em créditos e virtudes morais, isto é, saldar todas as suas dívidas para com Deus, a natureza e o próximo e, assim, tornar-se um anjo e atingir a plena realização da existência. Dentro da Metafísica Alvissarista, a existência encontra-se necessariamente vinculada à Causa. Causa sendo tudo o que contribui para a realidade de todos os seres: é tanto a causa material (átomo) quanto a causa formal (que define o ser, distinguindo dos demais seres do universo: animal, não homem), como também a causa final (o espírito, existente como projeto ideal no consciência de Deus, e que o levou a criar o universo, a vida e o homem), como ainda a causa eficiente (o criador, no caso Deus – o Indizível). A causa formal está ligada à causa final, pois é em vista de um fim que o conjunto de todos os seres foi criado e se transforma e evolui até a finalidade da existência: a angelitude. A alma preexiste a este mundo, nasce do amor de Deus consigo mesmo e contempla o mundo espiritual até se acoplar a um corpo que lhe permita desfrutar dos aprendizados da vida no mundo sensível; após a morte do corpo físico a alma retorna ao mundo espiritual e depois renasce tantas vezes quantas forem necessárias para saldar a sua dívida moral para com Deus, a natureza e o próximo e se libertar do ciclo cármico da Roda das Encarnações, tornando-se assim um santo anjo do Senhor.

 

O que são os anjos?

Para o Alvissarismo, os anjos tem uma natureza puramente espiritual e livre. A função dos anjos é diversificada de acordo com a sua hierarquia, mas basicamente os anjos são responsáveis pela glorificação de Deus e pela transmissão da vontade divina tanto no mundo inteligível ou espiritual quanto no mundo sensível ou material. Os anjos e os homens possuem semelhanças notáveis, ambos são criaturas inteligentes e foram criados à imagem e semelhança de Deus. Os anjos possuem um papel essencial na ascensão mística dos homens, uma vez que esses seres celestiais são responsáveis por preparar a alma dos homens para a visão de Deus. Cada ser humano possui um anjo da guarda individual desde a sua concepção, que o prepara para viver no mundo, protegendo-o do mal até onde Deus permite, cuidando e zelando pela sua vida até o fim, e encaminhando-o para o seu destino após a morte, seja o céu ou o purgatório. Quando a contabilidade moral do espírito é negativa, o anjo simplesmente permite que o demônio o leve para o inferno. O Alvissarismo classifica os anjos em bons e maus. Os anjos maus são chamados anjos caídos ou demônios, postos como inimigos ou adversários de Deus e de seu povo. Um dos objetivos dos anjos é o de salvar a alma de todos os seres humanos e também dos anjos caídos, a fim de que Lúcifer – o rei dos demônios –, não tendo mais súditos, se converta e peça ao pai para voltar à morada celeste, exterminando assim a existência do inferno. Segundo a tradição Judaico-Cristã-Espírita adotada pelo Alvissarismo, o anjo é um mensageiro de Deus, conforme relatos da Bíblia são criaturas espirituais, servos e ajudantes diretos de Deus. Os anjos são escravos de Deus – o Rei do universo – no que tange ao sentido da palavra escravo, isto é, o que vive em absoluta sujeição a outrem, ou seja, os anjos são servos de Deus porque se sujeitam à sua vontade. No entanto, ao contrário de um escravo, tal como conhecemos na terra, os anjos recebem remuneração pelo seu trabalho, não estando totalmente à mercê da vontade divina; os anjos recebem pelo seu trabalho o pagamento de Deus em forma de felicidade por cada alma que eles conseguem salvar do fogo do inferno. O Alvissarismo faz uma descrição dos anjos baseado na tradição Judaico-Cristã-Espírita, considerando-os seres santos, isto é, separados do pecado, que atuam como mensageiros dos planos superiores do mundo espiritual. Deus, sendo soberanamente justo e bom, não criou os anjos perfeitos, puros e santos, pelo contrário, tais seres angélicos, independente de suas hierarquias celestiais, atingiram a Angelitude, pureza d’alma, santidade e felicidade por mérito próprio através das sucessivas reencarnações. Os anjos são espíritos que, através da pluralidade das existências, atingiram esse grau de evolução moral e intelectual através do pagamento de todas as suas dívidas morais para com Deus, a natureza e o próximo, se libertando do ciclo cármico da roda das encarnações, sendo este estado de pureza moral e intelectual também possível ao homem comum, que, através do seu livre-arbítrio e da sua boa vontade, pode, através da reencarnação, conseguir saldar todas as suas dívidas para com Deus, a natureza e o próximo e, assim, se libertar do ciclo cármico da roda das encarnações e se tornar um espírito santificado e livre da interferência da matéria pelas próprias escolhas que fizer no sentido da evolução moral e intelectual baseada na renúncia de si mesmo em prol do Outro. Assim que o homem consegue saldar todas as suas dívidas morais para com Deus, a natureza e o próximo, ele é automaticamente liberto do ciclo cármico da roda das encarnações e é nomeado por Deus e pelos nove coros celestes como um mensageiro direto de Deus, isto é, como um anjo. Ao se tornar um anjo, o espírito continua a trabalhar no caminho do bem até atingir o último grau da evolução espiritual e se tornar um serafim. Para o Alvissarismo, doutrina que tem o Judaísmo, o Cristianismo e o Espiritismo como base, os anjos são os espíritos santificados que são protetores dos necessitados e mensageiros do amor, da justiça e da caridade. Os anjos são, portanto, seres iluminados que trazem mensagens do mundo espiritual. Os anjos são mensageiros de Deus, e se comunicam com os homens e com seus protegidos principalmente através dos sonhos, tal como muitas vezes foi descrito nas escrituras sagradas, indicando a comunicabilidade entre os vivos e os mortos pelo viés da mediunidade ou dom do Espírito Santo. Segundo o Alvissarismo, os anjos, que são criaturas perfeitas e santificadas no sentido de não possuírem pecados ou dívidas em sua contabilidade moral, são os espíritos que já alcançaram a perfeição possível de ser alcançada pelas criaturas. Os anjos dedicam a sua existência a realizar a vontade de Deus, porque são capazes de compreender a finalidade da criação. A revelação Alvissarista confirma a existência dos anjos e faz a humanidade conhecer a sua natureza e origem.

 

O que são os demônios?

Segundo a tradição Judaico-Cristã-Espírita adotada pelo Alvissarismo, demônios são espíritos impuros e malévolos, que lutam pela perdição da humanidade sob o comando de um rei chamado Lúcifer, Satã ou Satanás, que no princípio da criação fora um anjo, mas se rebelara contra Deus. Lúcifer, cujo nome significa “filho da luz” ou “portador da luz”, era o mais belo, sábio e poderoso de todos os anjos, foi exilado do céu por Deus devido a sua tentativa de tomar o trono do Pai e ser igual a Deus. Na mitologia Alvissarista, Lúcifer roubou o fogo de Cristo e por isso foi exilado do céu para o inferno. Lúcifer tornou-se Satã por ter roubado o fogo de Jesus, seu irmão gêmeo. Ele era um anjo de luz que, por ter se rebelado contra o Pai e roubado o fogo de Jesus, gerou uma guerra celestial. Ao perder a guerra, Lúcifer e todos os anjos que o seguiram, (cerca de 1/3), foram expulsos da presença de Deus e exilados no inferno. Lúcifer é conhecido por ser o portador da luz por ter roubado o fogo de Jesus. No princípio da criação, tentou oferecer a sabedoria a Eva, oferecendo-lhe o fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal (conforme está descrito no Gênesis), razão pela qual Adão e Eva foram expulsos do paraíso. Na mitologia Alvissarista, Jesus é o primeiro espírito a encarnar na terra, por consequência do roubo efetuado por Lúcifer, dando-se a conhecer como Adão na figura do Pai primevo de Pequim, o primeiro homem a aprisionar seu espírito em um corpo. No princípio o Verbo se fez carne através do roubo do fogo. No Alvissarismo, os demônios são espíritos imundos, são anjos caídos que foram expulsos do céu devido ao orgulho, a inveja e a vaidade de Lúcifer, que tentou usurpar o trono de Deus roubando o fogo de Jesus. Lúcifer é o rei dos demônios. Por diversos motivos e por submissão religiosa a Satanás, os demônios têm o poder de possuir o corpo de algumas pessoas, assumindo o completo controle do corpo da pessoa possuída, manipulando suas ações e palavras e influenciando o conteúdo de seus pensamentos. A função dos demônios é diversificada de acordo com a sua hierarquia, mas basicamente os demônios são responsáveis pela perdição da humanidade e pela transmissão de valores contrários a vontade de Deus tanto no mundo inteligível ou espiritual quanto no mundo sensível ou material. Os demônios e os homens possuem semelhanças notáveis, posto que ambos são criaturas inteligentes, e muitos demônios já foram homens. Os demônios possuem um papel essencial na destruição da humanidade, corrompendo as almas dos homens através do vício e do pecado, uma vez que esses seres das trevas são responsáveis por tentar o homem a pecar e por fomentar em seus espíritos os pensamentos e os atos mais imorais, afastando os homens da companhia de Deus. Os demônios são homens ou anjos caídos que se tornaram adversários de Deus e de seu povo. Um dos objetivos dos demônios é fazer com que todas as almas dos homens e também dos anjos se percam do caminho de Deus e vão para o inferno, a fim de que Deus – o Rei do universo –, não tendo mais súditos, perca o seu reinado e Lúcifer tome posse de seu trono. Segundo a tradição Judaico-Cristã-Espírita adotada pelo Alvissarismo, o demônio é um mensageiro do Diabo, conforme relatos da Bíblia os demônios são criaturas espirituais, servos e ajudantes diretos de Satanás. Os demônios são escravos de Lúcifer – o rei do inferno – no que tange ao fato de eles viverem em absoluta sujeição a vontade de Satã. No entanto, ao contrário de um escravo tal como conhecemos, os demônios recebem remuneração pelo seu trabalho, não estando totalmente à mercê da vontade maligna; os demônios recebem pelo seu trabalho o direito a propriedade das almas que conseguem desencaminhar, levando para o inferno; as almas dos homens é a moeda de troca dos demônios, possuindo para eles muitíssimo valor. Muitas vezes os demônios fazem pactos com os homens a fim de comprar as suas almas. O Alvissarismo faz uma descrição dos demônios baseado na tradição Judaico-Cristã-Espírita, considerando-os seres malignos, isto é, juntos do pecado, que atuam como mensageiros do Diabo. Deus, sendo soberanamente justo e bom, não criou os espíritos para o mal, a impureza e o pecado, pelo contrário, tais seres malignos, independente de suas hierarquias diabólicas, atingiram a Demonitude, a impureza d’alma, pecado e imoralidade por responsabilidade própria através das diversas reencarnações. Os demônios são espíritos que, através da pluralidade das existências, atingiram esse grau de retrocesso moral, mas muitas vezes não intelectual, posto que muitos deles são inteligentíssimos, mas não sapientíssimos, já que através do não pagamento e da aquisição de dívidas morais para com Deus, a natureza e o próximo além do ponto limite que é 0, adquiriram mais débitos do que créditos morais, se aprisionando ao inferno, sendo este estado de impureza moral também possível ao homem comum, que, através do seu livre-arbítrio e de sua má vontade, pode, através da reencarnação, conseguir adquirir mais débitos do que créditos morais para com Deus, a natureza e o próximo, vindo a possuir assim uma contabilidade moral negativa, se aprisionando no inferno. Assim que o homem adquire mais débitos do que créditos morais, ele é imediatamente aprisionado no inferno e é nomeado por Lúcifer um demônios. Ao se tornar um demônio, o espírito passa a trabalhar diretamente para o Diabo. Ao se aprisionar no inferno, o espírito não está condenado àquela morada eternamente, posto que há possibilidades de ele se libertar da prisão dos mortos, basta apenas que, por seu livre-arbítrio, deseje pagar as suas dívidas morais para com Deus, a natureza e o próximo, manifestando esse desejo através da oração a Deus, que imediatamente lhe proporcionará uma nova existência corporal a fim de que ele recupere a sua contabilidade moral, passando-a de um saldo negativo para um saldo positivo; o problema é que, no inferno, os demônios fazem de tudo para não permitir que outros demônios se arrependam e peçam a Deus uma nova existência a fim de saldar as suas dívidas, de modo que poucos são os que conseguem se livrar das garras do Diabo e adquirir uma nova chance neste ou em outros mundos. Para o Alvissarismo, doutrina que tem o Judaísmo, o Cristianismo e o Espiritismo como base, os demônios são os espíritos impuros que são tentadores dos homens e mensageiros do pecado. Os demônios são, portanto, seres das trevas que tentam o homem a pecar, a fim de fazer da alma do pecador a sua propriedade privada. Os demônios são mensageiros do Diabo e se comunicam com os homens, procurando fazer pactos com eles com a finalidade de comprar as suas almas, e muitos são os homens que vendem as suas almas ao demônio. Para o Alvissarismo, os demônios, que são criaturas imperfeitas e imundas no sentido de possuírem pecados ou dívidas morais em sua contabilidade moral, são os espíritos que alcançaram essa degradação moral possível de ser alcançado pelas criaturas. Os demônios dedicam a sua existência a realizar a vontade de Satã, porque não são capazes de compreender o amor de Deus e o a finalidade da criação. A revelação Alvissarista confirma a existência de Satanás e dos demônios e faz a humanidade conhecer a sua natureza e origem.

 

Como distinguir demônios de espíritos obsessores?

Um aspecto importante da Demonologia Alvissarista é a distinção entre demônios e espíritos obsessores. Essa distinção é estabelecida basicamente de acordo com a contabilidade moral do espírito. Enquanto os demônios são espíritos que possuem uma contabilidade moral negativa, os espíritos obsessores ainda possuem uma contabilidade moral positiva, porém, existem outros aspectos que diferenciam os demônios dos espíritos obsessores, por exemplo, enquanto os demônios são mensageiros do Diabo e trabalham para ele, os espíritos obsessores são apenas espíritos desorientados e movidos pelo ressentimento, pelo rancor, pelo egoísmo, pelo ódio, pela inveja, pelo ciúme, pela ambição, pela ganância, pela avareza, pelo orgulho, pelo espírito de competição e pelo desejo de vingança, que influenciam de modo maléfico um outro espírito, esteja ele encarnado ou desencarnado, isto é, pode ocorrer obsessão entre espíritos encarnados. Os espíritos obsessores não são necessariamente maus como os demônios, podem ser bons ou apenas pecadores. O obsessor geralmente é um credor de vidas pretéritas do obsidiado, mas também pode ser apenas um espírito que está a adquirir uma dívida moral com o obsidiado através daquele ato, isso vai depender da ligação existencial que ambos os espíritos possuem na roda das encarnações. Os espíritos obsessores não possuem os poderes dos demônios, e não podem possuir o corpo de uma pessoa, eles apenas utilizam da capacidade mediúnica desta pessoa para atormentá-lo, eles conseguem exercer certa influência sobre as pessoas e não raramente até se prendem por laços de afinidade e de pensamento a determinadas pessoas, vampirizando suas energias a fim de alimentarem seus desejos carnais, seja através dos vícios morais e materiais, do sexo desregrado ou do apego sórdido ao dinheiro e aos bens materiais.

 

O que são os Orixás Alvissaristas?

Na Mitologia Alvissarista, os orixás são espíritos de luz ou de trevas de ancestrais brasileiros que correspondem aos seus respectivos arquétipos e pontos de força da natureza. Os orixás não são deuses, nem anjos ou demônios, são apenas entidades de luz ou trevas relacionadas às manifestações de determinadas forças naturais, psíquicas ou morais, ou seja, são espíritos de ancestrais humanos que viveram em terras brasileiras antes mesmo da origem do Brasil, e que estão do ponto de vista de sua contabilidade moral dentro da Roda das Encarnações, ou entre a humanidade e angelitude ou entre a humanidade e a demonitude, e que podem ser representados por diversos símbolos distintos, mas que possuem capacidade de cópula com outros símbolos, formando assim o que se chama de sincretismo cultural e religioso, isto é, a fusão ou cruzamento de vários arquétipos que resulta em um novo arquétipo com traços de sua origem diversificada; desse modo é que cada um dos orixás do Alvissarismo corresponde a um ou mais dos santos católicos, ou seja, cada um dos orixás do Alvissarismo apresenta as mesmas determinadas características e funções de proteção dos santos católicos, no caso de espíritos da luz. Cada orixá possui o seu sistema simbólico próprio, composto por cores, comidas, cantigas, rezas, ambientes, animais oferecidos, espaços físicos e etc. Esses orixás brasileiros nos são revelados em toda a sua significação, característica e personalidade através dos mitos e lendas do folclore brasileiro, ou seja, por meio da sabedoria popular do Brasil.

 

                                                             

Como se proteger da ação maligna dos demônios?

Para o Alvissarismo, o único meio de se proteger das ações dos demônios é evocando o nome de Jesus Cristo e orando fervorosamente a Deus e pedindo humildemente o auxílio do anjo da guarda e dos arcanjos, neste caso, especialmente do Arcanjo Miguel.

 

Qual a localização geográfica do inferno?

Segundo a tradição bíblica adotada pelo Alvissarismo, a localização geográfica do inferno é o centro da terra, onde existe uma realidade espiritual paralela à realidade material, como prova as seguintes citações: " E A TERRA ABRIU A BOCA e os tragou com as suas famílias, como também a todos os homens que pertenciam a Corá, e a toda a sua fazenda. Assim eles e tudo o que era seu desceram vivos ao Seol (o fundo da Terra); , e a TERRA OS COBRIU..."(Números 16,32-33) "No inferno, ergueu (para cima) os olhos, estando em tormentos, e viu ao longe a Abraão, e a Lázaro no seu seio. E, clamando, disse: Pai Abraão, tem misericórdia de mim, e envia-me Lázaro, para que molhe na água a ponta do dedo e me refresque a língua, porque estou atormentado nesta chama." (Lc 16, 23-24) "E tu, Cafarnaum, porventura serás elevada até o céu? até o inferno descerás; porque, se em Sodoma se tivessem operado os milagres que em ti se operaram, teria ela permanecido até hoje." (Mt 11, 23) "E houve no céu uma grande batalha: Miguel e os seus anjos pelejavam contra o dragão, e o dragão com os seus anjos pelejavam contra ele; porém estes não prevaleceram e o seu lugar não se achou mais no céu. E foi precipitado aquele grande dragão, aquela antiga serpente, que se chama o Demônio e Satanás, que seduz todo o mundo; e foi precipitado na terra e foram precipitados com ele os seus anjos" (Apoc 12, 7-9). 

 

O Alvissarismo faz parte do novo movimento religioso da Nova Era? Qual o posicionamento do Alvissarismo frente ao movimento Nova Era?

Não. De modo algum. O Alvissarismo é uma religião abraâmica, agnóstico-teísta, que unifica o Judaísmo, o Cristianismo e o Espiritismo em uma única doutrina homogênea, não tendo relação alguma com o panteísmo, o animismo, o pseudocientificismo, o ocultismo, o esoterismo, o autocentrismo, o uso de pirâmides, de energias cósmicas, de cristais energéticos, amuletos e pensamentos positivos apregoados pelo movimento Nova Era, cujo posicionamento do Alvissarismo frente a esse movimento é de repúdio, posto que se trata de um movimento filosófico, político, econômico, social e religioso declaradamente satânico e de caráter anti-cristão. Para o Alvissarismo o movimento Nova Era é um presságio do Apocalipse. A missão do movimento Nova Era é anunciar e preparar o terreno para a vinda do anticristo. A missão do movimento alvissarista é lutar contra o anticristo, anunciar e preparar o terreno para a volta de Cristo, resistindo à pressão e à ditadura da nova ordem mundial preparada para o governo do anticristo. O movimento Nova Era é o exato oposto do movimento alvissarista.

  

Quais são os pilares do Alvissarismo?

O Alvissarismo possui quatro pilares: o testemunho, a oração, o culto e o ritual. O testemunho é a proclamação da Fé Alvissarista, é o primeiro passo para que o ser humano ingresse no Alvissarismo. O testemunho da Fé Alvissarista se dá primeiro pela aceitação total e o pronunciamento do Credo Alvissarista; e em segundo pelo Batismo no Fogo do Espírito Santo, tal como está descrito no Ritual Alvissarista. Se alguém tem o desejo real de se tornar um Alvissarista e possui plena convicção à crença de que o Alvissarismo é uma verdadeira religião de Deus, então, tudo o que precisa fazer é pronunciar o testemunho de fé (Credo Alvissarista). Se tornar um Alvissarista é um processo simples. A pessoa pode se converter sozinha perante Deus (O Indizível), ou pode se converter na presença de outras pessoas. Com o pronunciamento do testemunho de fé, a pessoa automaticamente entra para o Alvissarismo, tendo sua conversão confirmada posteriormente pelo Batismo de Fogo. A oração é considerada um dos pilares do Alvissarismo, sendo considerada a porta para Deus.  Deus recomenda aos fiéis apenas duas orações diárias: a primeira após acordar e a segunda antes de dormir. A oração matinal e noturna é uma obrigação somente para aquelas pessoas que estiverem bem dispostas, física e mentalmente equilibradas, sadias e sóbrias após acordar e antes de dormir. A prática do culto é considerada um dos pilares do Alvissarismo, sendo realizada individualmente todos os dias da semana (se possível sempre no mesmo horário) no quarto ou numa saleta improvisada, e coletivamente aos sábados e domingos no Jardim Sagrado, tal como está descrito no Culto Alvissarista. O culto individual e coletivo é uma obrigação somente para aquelas pessoas que estiverem bem dispostas, física e mentalmente equilibradas, sadias e sóbrias no momento do culto. A prática ritualística é considerada um dos pilares do Alvissarismo, sendo realizada para fins de concordâncias com obrigações sociais, ideológicas e religiosas, incluindo satisfação de necessidades espirituais, emocionais ou psíquicas dos praticantes, fortalecimento de laços sociais, prevenção de doenças psíquicas, proteção ao meio ambiente e demonstração de respeito e submissão a Deus através da repetição, da recordação e da elaboração da prática ritualística, cuja finalidade é religar o homem a Deus, tal como está descrito no Ritual Alvissarista. A prática ritualística é uma obrigação somente para aquelas pessoas que estiverem bem dispostas, física e mentalmente equilibradas, sadias e sóbrias no momento do ritual.

 

Como o batismo no fogo sagrado do Espírito Santo e o batismo no fundamento da personalidade pode ajudar o ser humano a prevenir-se de psicopatologias, a reestruturar complexos familiares e a fomentar a formação de uma família saudável?

O Alvissarismo ajuda o ser humano a prevenir-se de psicopatologias, a reestruturar complexos familiares e a formação de uma família saudável através do ritual do batismo no fogo sagrado do Espírito Santo, que consiste em uma remontagem simbólica do sacrifício de Isaac realizado pelo profeta Abraão, onde a criança é oferecida ao fogo sagrado em um holocausto simbólico, com a finalidade de prevenir a criança de uma possível psicopatologia e rearranjar os complexos familiares, promovendo a estruturação de um psiquismo saudável na criança e o desenvolvimento saldável da família. Esse ritual simbólico simples é capaz de evitar que a criança se estruture na perversão ou na psicose, ao mesmo tempo em que evita também uma depressão pós-parto, pois possibilita aos pais ab-reagirem, isto é, promoverem uma catarse do desejo infanticida de forma saudável, excluindo qualquer possibilidade de uma depressão pós-parto. Portanto, o fundamento desse ritual simbólico simples é estruturar ou reestruturar os complexos familiares. Possibilitando a família possuir uma estrutura psíquica saudável e bem resolvida, sem maiores traumas ou fixações. O Alvissarismo ajuda o ser humano a prevenir-se de psicopatologias, a reestruturar complexos familiares e a formação de uma família saudável através do ritual do batismo no fundamento da personalidade, que consiste em uma remontagem simbólica do sacrifício de paterno realizado por Jesus Cristo, onde a criança já crescida oferece o pai ao fogo sagrado em um holocausto simbólico, com a finalidade de prevenir a criança de uma possível psicopatologia e rearranjar os complexos familiares, promovendo a estruturação de um psiquismo saudável na criança e fundamentando a formação da sua personalidade. Esse ritual simbólico simples é capaz de exercer uma catarse do desejo parricida vivenciado pela criança. Desse modo, a criança vivenciará de forma saudável o complexo Cristão, prevenindo uma possível estrutura perversa ou psicótica na criança.

 

Como o Alvissarismo ajuda o ser humano a reflorestar o planeta terra e preservar o meio ambiente?

O Alvissarismo ajuda o ser humano a reflorestar o planeta terra e preservar o meio ambiente através do ritual da vida e da morte, que consiste basicamente em os pais do recém-nascido plantarem uma árvore em nome do ser que acabara de nascer, e os parentes mais próximos do falecido plantarem uma árvore em nome do parente que acabara de morrer. Esse ritual simbólico simples tem por objetivo ajudar a reflorestar as áreas desmatadas pelo ser humano; na verdade, ele é uma forma de resgate da natureza ao mesmo tempo em que serve como símbolo da vida, da imortalidade da alma e do conhecimento do bem e do mal.

 

Qual é o credo do Alvissarismo?

Creio em um único Deus; o Deus de Abraão, Isaac e Jacó, cujo nome é (O Indizível), criador do universo, da vida e do homem. E em Jesus Cristo, seu filho, nosso senhor, que foi concebido pelo poder do Espírito Santo, nasceu da Virgem Maria, foi crucificado, morto e sepultado, desceu ao inferno, ressucitou espiritualmente ao terceiro dia, subiu aos céus, está sentado à direita de Deus, donde há de vir julgar os vivos e os mortos no dia do Juízo Final. Creio que não há outro Deus senão (O Indizível), e que Thiago é o seu Mensageiro, o Advogado de Cristo, que revelou à humanidade esta Alvíssara. Creio que Jesus Cristo é o Verbo que se fez carne e habitou entre nós, o primeiro espírito a encarnar na terra no corpo do Pai primevo de Pequim, que é o próprio Adão, o primeiro homem ou o primeiro macaco a se tornar homem com a aquisição da linguagem promovida pelo roubo do fogo, Creio na encarnação primeva do Verbo, e que Jesus Cristo é o único mediador entre Deus e os homens, e o símbolo dessa mediunidade é o fogo. Creio que Jesus é a reencarnação de Adão e que o sacrifício de Cristo na cruz foi realizado para saldar sua dívida própria contraída com a queda de Adão e no mesmo sentido e ao mesmo tempo para salvar toda a humanidade indistintamente, sendo a eleição das almas para Cristo condicionada à liberdade do homem totalmente depravado pela queda de Adão, mas capaz de se regenerar e se santificar através de uma nova encarnação onde salde a sua dívida original e troque os seus vícios e débitos morais por virtudes e créditos morais. Creio que a salvação provém da graça de Deus e das obras de amor, justiça e caridade, e que fora da instrução, da fé e da obra não há salvação. Creio na Santíssima Trindade e que Jesus é o Filho de Deus, mas não o próprio Deus, tendo o Filho sido gerado do amor do Pai com o Espírito Santo. Creio que o único representante de Deus na terra enquanto legislador universal é o povo e que a voz de Deus é a voz do povo. Creio que a vontade de Deus é a de que a economia mundial se estruture na filantropia, na igualdade, no amor, na justiça e na caridade. Creio que a Bíblia, a Codificação Espírita e Alvíssara são a Palavra de Deus. Creio que Alvíssara é a sétima revelação de Deus aos homens, desde Adão, Noé, Abraão, Moisés, Jesus e Kardec. Creio em Deus, na imortalidade da alma, na reencarnação, na pluralidade dos mundos habitados e na comunicabilidade entre os vivos e os mortos através da mediunidade, da experiência mística ou dos dons do Espírito Santo. Creio na existência de um portal cósmico sobre o vulcão Lawoe, na ilha de Java, na Indonésia, e que este portal fora aberto por Satanás, tomado pela inveja e pela vaidade, roubara o Fogo Sagrado de Cristo, que posteriormente recuperara o Fogo Sagrado e trancafiara Satanás no inferno. Creio no Espírito Santo, na Revelação Alvissarista, na libertação do ciclo cármico da roda das encarnações através do pagamento de todas as minhas dívidas morais para com Deus, a natureza e o próximo, na ressurreição da alma, na redenção dos pecados e na vida eterna.  Creio que o corpo de Cristo fora roubado pelos próprios discípulos a pedido do Cristo, a fim de fazer a humanidade crer na vida após a morte sem ter de aderir à ideia platônica da imortalidade da alma e proteger o corpo de Cristo de uma possível depredação por parte dos judeus e romanos, e que todas as aparições post-mortem de Jesus foram realizadas em espírito e não em corpo. Creio na existência de um Deus pessoal, distinto do mundo, e em Satã, nos anjos e nos demônios. Creio que Deus é onipotente, onisciente, oniouvinte e onividente. Creio na liberdade de Deus, na criação a partir do nada como sendo a ausência do ser. Creio no sobrenatural, no sacramento (o testemunho, a oração, o culto e o ritual), na redenção e proteção espiritual do Batismo de Fogo. Amém.

 

O Alvissarismo possui sacerdotes? Como é nomeado o sacerdote alvissarista?

Sim. O Alvissarismo possui sacerdotes. O sacerdote alvissarista é nomeado de Advogado de Cristo. O termo "Advogado de Cristo" adotado pelo Alvissarismo para nomear seu sacerdote provém da crença de que o Alvissarismo é a continuação da revelação iniciada pelo Espiritismo do paráclito prometido por Jesus, que significa "aquele que consola ou conforta; aquele que encoraja e reanima; aquele que revive; aquele que intercede em nosso favor como um defensor numa corte". Sendo o Espiritismo a doutrina que consola ou conforta, e o Alvissarismo a doutrina que intercede em favor de Cristo como um defensor de sua causa; assim como Jesus junto ao Pai intercede pelos fieis no céu, o Sacerdote Alvissarista deve interceder por Jesus na terra, retribuindo assim o favor, advogando a sua causa como um defensor em uma corte, como um paráclito, um Advogado de Cristo.

 

É possível ao homem agir dentro da Lei mesmo agindo fora da Lei? Como determinar o que é lícito e o que é ilícito?

Sim. É aqui que entra a Teoria Especial do Direito, que explica como é possível ao homem agir dentro da Lei mesmo agindo fora da Lei, ou seja, a Teoria Especial do Direito, prova que é possível ao homem transgredir a Lei sem que essa transgressão se constitua como um crime por agir conforme a Lei mesmo agindo de modo oposto a Lei, isto é, o caso especial do assassinato em legítima defesa, ou a invasão de propriedade privada com a finalidade de salvar a vida de outrem, ou o aborto com a finalidade de salvar a vida da mãe, ou o suicídio com a finalidade de salvar a vida de outrem, ou então a eutanásia com a finalidade de salvar a vida de outrem, mostra um fenômeno jurídico e ético que prova que nem toda ação que transgride a Lei é uma ação criminosa, como pressupõe a Teoria Geral do Direito, sendo possível ao homem transgredir a Lei sem que a sua transgressão seja um crime, ou seja, sendo possível uma ação ser criminosa e não criminosa no mesmo sentido e ao mesmo tempo, o que contraria a Ética de Kant e a Lógica de Aristóteles que rege toda a Teoria Geral do Direito, onde o crime é toda ação que transgride a Lei e onde uma ação não pode ser no mesmo sentido e ao mesmo tempo criminosa e não criminosa. A única forma de explicar a permissividade jurídica da transgressão da Lei é através da Teoria Especial do Direito apresentado pelo Alvissarismo, e que consiste não na lógica clássica de Aristóteles, posto que neste caso o assassinato, mesmo em legítima defesa, ou a invasão de privacidade, mesmo com a finalidade de salvar a vida de outrem, ou o suicídio, mesmo com a finalidade de salvar a vida de outrem, ou o aborto, mesmo com a finalidade de salvar a vida da mãe, ou a eutanásia, mesmo com a finalidade de salvar a vida de outrem, não seria permitido e nem mesmo possível, mas sim na Lógica Deôntica Paraconsistente de Newton da Costa, onde uma ação que transgride a Lei não é uma ação criminosa mesmo transgredindo a Lei, sem mesmo que isso constitua a permissividade de todas as ações possíveis, isto é, sem que o princípio de explosão faça com que tudo seja permitido; ou seja, onde é possível uma ação ser criminosa e não criminosa no mesmo sentido e ao mesmo tempo em determinadas condições especiais, daí o nome Teoria Especial do Direito. Desse modo uma ação será criminosa, isto é, ilícita, se e só se ela transgredir a Lei e não tiver como finalidade o cumprimento de outra Lei.

Age de tal modo que a sua liberdade não transgrida a liberdade de outrem, salvo se este ato for realizado com a finalidade de salvar a própria vida e/ou a vida de outrem. Essa máxima moral é a única máxima capaz de se firmar como uma lei universal, que tem como objetivo primordial estruturar todas as formas de aplicação de um sistema jurídico em todas as situações possíveis da existência humana sem que o sistema jurídico seja trivializado pelo princípio de explosão, onde tudo seria permitido a partir de uma contradição jurídica. Deste modo, uma ética será universal se, e só se, ela não for universal. Ou seja, uma regra será universal se, e só se, ela tiver uma exceção. A Teoria Especial do Direito, diferentemente da Teoria Geral do Direito, pode ser usada para formalizar a legalidade e a ilegalidade de uma ação contraditória sem que desta contradição tudo seja permitido. A base fundamental da Teoria Especial do Direito se sustenta pela convicção de que é possível promover um raciocínio lógico em situações contraditória e paradoxais de modo absolutamente controlado e discriminado dentro da letra da Lei. O princípio de explosão deixa de prever esse controle e essa discriminação do conflito jurídico, fazendo com que de uma contradição jurídica tudo seja permitido, e por isso mesmo o princípio de explosão não se aplica neste caso, e é justamente isso o que faz da Teoria Especial do Direito uma lógica deôntica paraconsistente capaz de controlar todas as situações jurídicas da existência humana e ainda discriminar o que é lícito do que é ilícito em situações especiais.

 

Qual o posicionamento do Alvissarismo sobre a questão do aborto, o suicídio, a eutanásia, o assassinato e a pena de morte?

A teoria Alvissarista do direito especial (O Direito Alvissarista) se expressa na seguinte fórmula: “Age de tal modo que a sua liberdade não transgrida a liberdade de outrem, salvo se esse ato tiver como finalidade salvar a própria vida e/ou a vida de outrem”. Esta fórmula pode ser adotada em todas as áreas da ação humana. Nela está contida a possibilidade real da convivência dos seres humanos uns com os outros em sociedade. Nela está contida toda a Lei. Ela expressa o princípio da vida humana e a complexidade de temas como o aborto, o suicídio, a eutanásia e o assassinato. De acordo com a fórmula da teoria Alvissarista do direito especial, o aborto só é permitido se tiver como finalidade salvar a vida da mãe, e o suicídio e a eutanásia só são permitidos se tiverem como finalidade salvar a vida de outrem. A teoria Alvissarista do direito especial também pode ser definida da seguinte forma: “Uma ação que transgride o dever só não se afirma como crime se o ato da transgressão estiver diretamente ligado a outro dever”. Esta teoria elimina qualquer possibilidade legal do aborto por causa de incesto, estupro ou anencefalia, pelo simples fato de que o aborto causado por esses três motivos, não se enquadra na regra fundamental da teoria alvissarista do direito especial, que diz que a transgressão de uma lei só é permitida se o ato da transgressão em si estiver diretamente ligado à outra lei, e por isso o aborto causado por incesto, estupro ou anencefalia é, aos olhos do Alvissarismo, um crime, um pecado. É por isso que a pena de morte é um completo absurdo e só é fomentada por espíritos ainda muito atrasados moralmente, já que ninguém tem o direito de punir um crime cometendo outro crime. Punir um crime cometendo outro crime é de uma insensatez e imprudência moral sem igual. De acordo com a teoria Alvissarista do direito especial, o assassinato só é permitido com a finalidade de salvar a própria vida e/ou a vida de outrem, isto é, em legítima defesa. Nesta história de olho por olho e dente por dente, todos acabam cegos e banguelas. 

 

Qual o posicionamento do Alvissarismo sobre a questão do álcool e das drogas?

A Ética Alvissarista está fundada na troca do vício pela virtude assim como na troca do débito pelo crédito moral, com a finalidade de se libertar do ciclo cármico da roda das encarnações e atingir a angelitude. Desse modo, o Alvissarismo não recomenda o uso de nenhum tipo de álcool ou droga, salvo se este ato for realizado com finalidades estritamente medicinais; mas, por outro lado, o Alvissarismo permite o uso de álcool e drogas para fins recreativos, desde que este uso seja efetuado com responsabilidade e não transgrida os limites da normalidade, vindo a causar prejuízo na vida social, amorosa e profissional, neste caso é recomendado o tratamento clínico, dando-se ao médico o que é do médico e ao doente o que do doente. No entanto, o uso de drogas para fins religiosos é categoricamente vedado pelo Alvissarismo, sendo seu uso restringido à finalidade medicinal e/ou recreativa com responsabilidade. O Alvissarismo entende que Deus não julga o homem por aquilo que nele entra, mas sim por aquilo que dele sai.

 

No que consiste a moral sexual do Alvissarismo?

A moral sexual do Alvissarismo veda a fornicação, salvo se o ato sexual for realizado por amor. Veda o sexo casual, pois entende que o ato sexual é, antes de tudo, um ato espiritual, e por esta razão o ser humano deve fazer amor e sexo e não amor ou sexo. Por outro lado, a moral sexual do Alvissarismo, em contraposição a maioria das religiões abraâmicas, permite absolutamente o ato sexual entre parceiros do mesmo sexo, entendendo que a homossexualidade é uma condição natural da existência humana e não consiste em um ato sexual de natureza pecaminosa, posto que a homossexualidade não seja necessariamente uma perversão, podendo existir em sujeitos de estrutura neurótica e até mesmo em sujeitos moralmente mais elevados do que sujeitos heterossexuais. A moral sexual do Alvissarismo veda categoricamente o ato sexual com crianças, animais, defuntos e parentes próximos (incesto). Veda as orgias sexuais ou o ato sexual com mais de um parceiro ao mesmo tempo. Veda a prostituição e a relação sexual com prostitutas e michês. Por outro lado, a moral sexual do Alvissarismo, em contraposição a maioria das religiões abraâmicas, permite o sexo oral e anal, entendendo que Deus aprecia todas as formas do amor se manifestar. A moral sexual do Alvissarismo veda categoricamente o sadomasoquismo, o sexo em público e o ato de fotografar ou filmar as relações sexuais. A moral sexual do Alvissarismo recomenda o uso de contraceptivos para o controle da natalidade e o uso da camisinha para proteger de doenças sexualmente transmissíveis, assim como concede às pessoas divorciadas amar e se relacionar sexualmente novamente, e recomenda aos viúvos um período de luto de sete meses antes de se relacionar sexualmente novamente. E, por fim, a moral sexual do Alvissarismo, mais uma vez contrariando a maioria das religiões abraâmicas, permite o ato da masturbação, entendendo que o corpo é de propriedade privada do sujeito, podendo este fazer dele o que quiser desde que este ato não envolva o corpo de outrem sem o seu consentimento, sendo categoricamente vedado o estupro. 

 

No que consiste a moral das relações conjugais do Alvissarismo?

O Alvissarismo permite a união civil e religiosa entre parceiros do mesmo sexo, sendo a primeira religião abraâmicas da história a permitir o casamento homossexual, sendo este encarado com naturalidade assim como o casamento heterossexual, posto que o Código Moral do Alvissarismo entende a homossexualidade como uma condição natural da existência humana, e a prática homossexual como normal e não como uma prática perversa ou pecaminosa que põe em risco a perpetuação da espécie, posto que esta prática não poderia se transformar em uma lei universal, sendo barrada pelo imperativo categórico, posto que se a prática homossexual se transformasse em lei universal ela exterminaria a espécie humana (assim como o celibato), mas por outro lado, o Alvissarismo também entende que as relações homossexuais são de ordem natural porque constituem-se como uma prática que produz o equilíbrio populacional do planeta, promovendo também a preservação da espécie humana através de um controle de natalidade natural. O Alvissarismo recomenda a monogamia, e proíbe categoricamente o adultério, e permite a separação somente se não houver mais amor, se houver agressão física ou verbal ou então se houver adultério. O Alvissarismo concede aos divorciados se casarem novamente, mas prescreve um hiato temporal entre um casamento e outro de no mínimo sete anos.

 

Qual a posicionamento do Alvissarismo sobre a alimentação em geral e a relação com os animais?

O Alvissarismo permite comer todo tipo de comida, inclusive carne, com exceção da carne humana, salvo se esse ato for realizado com a finalidade de salvar a própria vida e/ou a vida de outrem, porém, a morte de um animal, por menor que seja, só é permitida para fins alimentícios ou em legítima defesa, tendo o homem o dever de respeitar e não maltratar os animais.

 

O Alvissarismo é uma religião cristã?

Ser cristão é o ser humano que crê em Jesus Cristo como sendo o Messias anunciado pelos profetas e pratica o cristianismo; desse modo, podemos constatar na realidade, a verdade de que Mahatma Gandhi foi mais cristão do que muitos que se auto-intitulam cristãos simplesmente pela graça da fé em Cristo como sendo a encarnação de Deus na terra. Gandhi era tão cristão que era hindu, muçulmano, judeu e budista. Mas num sentido puramente técnico, o que diferencia o cristão do não-cristão? Giuseppe Alberigo (1926-2007), um importante historiador da Igreja Católica, nos diz categoricamente:” Na igreja primitiva, o que faz com que o cristão seja ‘outro’ em relação ao não-cristão é a incorporação da fé em Cristo pelo Batismo e pela participação na Eucaristia. Alguém é cristão, isto é, povo de Deus, por força disso; qualquer outra condição ou situação histórica e social não tem nenhuma importância”. (A. Giuseppe; 1999. P. 13). A fé em Cristo, o Batismo e a Eucaristia são os critérios que distinguem o cristão do pagão. Expostos, portanto, os critérios que definem a essência do cristianismo e do ser cristão; cabe agora a pergunta: o Alvissarismo é uma religião cristã? A resposta a esta pergunta é, para nós outros, definitivamente SIM. Para ser definido como um Cristão, uma pessoa tem que necessariamente professar a fé em Cristo, ser batizada e participar da eucaristia. O Alvissarismo reivindica para si o status de uma verdadeira religião cristã e ampara sua reivindicação no capítulo 4: 1 a 6 do Apocalipse de João. Caríssimos, não acrediteis em qualquer espírito. Examinai primeiro se os espíritos são de Deus, porque muitos falsos profetas surgiram no mundo. Nisto conheceis o espírito de Deus: todo espírito que confessa que Jesus veio na carne é de Deus. Mas todo espírito que não confessar Jesus, não é de Deus, é do anticristo, de que ouvistes que está para chegar e agora já se acha no mundo. Fiai-vos no método de João para distinguir o espírito que é de Deus do espírito que não é de Deus, que se estrutura na proposição todo espírito que confessa que Jesus veio na carne é de Deus. Esta proposição separa as doutrinas e religiões que são de Deus das doutrinas e religiões que não são de Deus. Logo, sendo o Alvissarismo uma doutrina religiosa que absolutamente confessa que Jesus veio na carne, logo o Alvissarismo é sim uma verdadeira religião de Deus, e não uma heresia. Conforme estipulado pela revelação dada a João no Apocalipse, o Alvissarismo corrobora a sua pretensão em ser uma verdadeira religião cristã, posto que no centro de seu sistema filosófico e religioso está justamente o conceito da encarnação primeva do Verbo, confessando assim a encarnação de Jesus Cristo, que é o centro gravitacional da Doutrina Alvissarista, onde os quatro pilares de sua estrutura sistêmica (Filosofia, Política, Economia e Religião) giram ao redor como os planetas giram em torno do Sol.

 

O Alvissarismo é uma religião espírita?

De acordo com Alan Kardec, “todo aquele que crê nas manifestações dos espíritos, é espírita”; logo todo Espírita é necessariamente Espiritualista, mas nem todo Espiritualista é necessariamente Espírita. Do mesmo modo, todo Alvissarista é necessariamente Espírita, mas nem todo Espírita é necessariamente Alvissarista. O termo Espiritismo cunhado por Alan Kardec deve ser usado no Alvissarismo como uma extensão religiosa, assim como o Judaísmo-Cristão; o Alvissarismo é um Espiritismo por dois motivos: dá ênfase à comunicabilidade entre os vivos e os mortos e é baseado na Codificação Espírita legada por Alan Kardec, mesmo que de forma reformada; por isso o termo “Espírita-Alvissarista” é legítimo para designar o seguidor dessa Doutrina, assim como os termos “Espírita em Nome-do-Pai”, “Alvissarista-Espírita em Nome-do-Pai” ou simplesmente “Alvissarista”. A palavra “Espiritismo” não pode ser designada apenas à Doutrina codificada por Alan Kardec, mas deve se estender a toda e qualquer filosofia ou religião que pratica a comunicabilidade entre os vivos e os mortos, ou seja, a toda filosofia ou religião que dá ênfase a mediunidade, por isso a Umbanda, o Roustainguismo, o Racionalismo Cristão, o Ramatisismo, a Apometria, a Conscienciologia, a Renovação Cristã, o Ubaldismo e o Alvissarismo devem sim ser denominados de Espiritismo, pois essa prática não é uma exclusividade do Kardecismo, já que a palavra Espiritismo, segundo o dicionário Aurélio, refere-se a toda filosofia e religião que se baseia na crença da sobrevivência do espírito à morte do corpo, afirmando existir comunicação entre vivos e mortos através da mediunidade. Ainda segundo o dicionário Aurélio, os princípios fundamentais do Espiritismo são: existência de Deus e da alma; lei da reencarnação, espírito assume sucessivas formas materiais para aperfeiçoa-se; e lei do carma, o destino de cada espírito é traçado pelos atos praticados em suas sucessivas vidas terrenas. Por outro lado, a palavra Espiritualismo, segundo o dicionário Aurélio, refere-se a toda filosofia religiosa que prega a existência de um ser ou realidade distinto da matéria; este ser pode ser chamado mente ou espírito. Por esse motivo todo Espírita é Espiritualista, mas nem todo Espiritualista é Espírita, e todo Alvissarista é Espírita, mas nem todo Espírita é Alvissarista. As diferenças fundamentais entre o Kardecismo e o Alvissarismo estão apenas na forma, pois o conteúdo de ambas as doutrinas é exatamente o mesmo, e por isso o Alvissarismo deve sim ser considerado um Espiritismo, posto que o Alvissarismo tem como base doutrinária exatamente as mesmas crenças que o Espiritismo, a saber: Deus, a imortalidade da alma, a reencarnação, a pluralidade dos mundos e a comunicabilidade entre os vivos e os mortos. Eis porque dizemos que o Alvissarismo e o Kardecismo divergem apenas na forma, mas não no conteúdo, sendo ambas as doutrinas Espiritualista e Espírita.

 

Só existe um Espiritismo na face da terra, que é a doutrina codificada por Alan Kardec? O Alvissarismo é um Espiritismo?

É comum ver alguns Kardecistas ortodoxos defenderem a tese de que o único Espiritismo existente na face da terra é o Espiritismo codificado por Alan Kardec, sendo todas as outras filosofias e religiões, tais como a Umbanda, o Racionalismo Cristão, a Renovação Cristã, a Conscienciologia, o Ramatizismo, o Roustanguismo, o Ubaldismo e o Alvissarismo, por exemplo, espiritualistas e não espíritas, afirmando assim, categoricamente, que o Alvissarismo não é Espiritismo. Mas de acordo com Alan Kardec na introdução de O Livro dos Espíritos, a palavra espiritualismo “é o oposto do materialismo; quem quer que acredite ter em si alguma coisa além da matéria é espiritualista: mas não se segue daí que creia na existência dos espíritos ou em suas comunicações com o mundo visível. Em lugar das palavras espiritual, espiritualismo, empregaremos, para designar esta última crença, as palavras espírita e espiritismo”. Fica notório aqui que o próprio Alan Kardec não designa as palavras Espiritismo e Espírita apenas à doutrina codificada por ele, mas sim a toda pessoa, filosofia ou religião que crê na existência dos espíritos e em suas comunicações com o mundo visível. Deste modo, fica esclarecido que é um engano, ou uma desonestidade linguística e intelectual dos kardecistas ortodoxos, quererem excluir do Alvissarismo, dentre outras correntes espíritas, o termo Espiritismo, pois o próprio Alan Kardec de modo algum assim se referiu a este termo. É justamente por crer na existência dos espíritos e em suas comunicações com o mundo visível que o Alvissarismo é sim um Espiritismo. Essa fixação ideológica entre os Kardecistas ortodoxos de que só existe um Espiritismo na face da terra (o Kardecismo), chega a ser pueril de tão ingênua. O que Kardec fez foi fundar as bases filosóficas do moderno Espiritismo. De qualquer modo, desde que surgiu a Codificação Espírita de Alan Kardec, tem aparecido diversas dissidências no movimento Espírita, tais como as citadas anteriormente. Não é porque Kardec fundou o Espiritismo moderno que ele se tornou o único representante do Espiritismo na terra, se fosse assim, haveriamos de dizer o mesmo da psicanálise criada por Freud, e, no entanto, desde a invenção da psicanálise, tem aparecido, de tempos em tempos, dissidências no movimento analítico, surgindo diversas correntes de pensamento na psicanálise, como a Junguiana, a Kleiniana, a Winnicottiana, a Bioniana, a Lacaniana e etc. Porque então com o Espiritismo seria diferente? Se existem diversas correntes de pensamento dentro do Espiritismo, porque só o Kardecismo seria considerado Espiritismo? Acaso as correntes psicanalíticas citadas anteriormente não podem ser consideradas psicanálise? Dizer que o Espiritismo Kardecista é o único Espiritismo na face da terra soa tão ridículo quanto dizer que a psicanálise Freudiana é a única psicanálise na face da terra. A Doutrina do Espíritos é de autoria dos espíritos e não de autoria de Kardec, ou seja, Kardec não é dono da Doutrina dos Espíritos. Espero que, com essa linha de raciocínio, os Kardecistas ortodoxos percebam o quão infantilizados eles se tornam quando tentam fazer do Espiritismo uma propriedade privada de Kardec. 

 

Quais são as diferenças entre o Espiritismo Kardecista e o Espiritismo Alvissarista?

O Alvissarismo e o Kardecismo se diferenciam apenas na forma, mas não no conteúdo. Origem, doutrina e prática ritualística estabelecem as diferenças fundamentais entre o Espiritismo Kardecista e o Espiritismo Alvissarista. No entanto, é preciso que deixemos bem claro aqui, que apesar da clareza dessa definição e da diferenciação dessas duas correntes espíritas, já que o Alvissarismo é um Espiritismo reformado pela epistemologia, isso não deve impossibilitar que a relação entre Kardecistas e Alvissaristas seja a do mais puro respeito, compreensão, sensatez e tolerância. O Alvissarismo é, portanto, uma dissidência pacífica do Espiritismo. Quanto à origem, o Espiritismo Kardecista ou simplesmente Espiritismo, doutrina codificada por Alan Kardec na França em 1857, recebida de vários espíritos superiores, caracteriza-se como um conjunto de princípios que pretendem unificar a ciência, a filosofia e a religião, com a meta de fazer a humanidade progredir espiritualmente através da fraternidade entre todos os homens que habitam a terra. O Espiritismo Alvissarista ou simplesmente Alvissarismo, doutrina fundada por Thiago de Paiva Campos no Brasil em 2012, inspirada por Deus pelo espírito da princesa Isabel e orientada pelo Arcanjo Uriel, caracteriza-se como um conjunto de princípios que servem de base a um sistema de filosofia, política, economia e religião, com a meta de regenerar a humanidade. Quanto à forma doutrinária, sabe-se que o Kardecismo se estrutura em postulados que pretendem ser científicos, filosóficos e religiosos, o que não acontece com o Alvissarismo, que não tem a pretensão de ser uma ciência, já que possui uma base epistemológica crítica; o Alvissarismo é uma religião trinitária abraâmica agnóstica-teísta e se estrutura através de postulados exclusivamente filosóficos, políticos, econômicos e religiosos; embora possua como base fundamental as mesmas crenças do Kardecismo, ou seja, Deus, a imortalidade da alma, a reencarnação, a pluralidade dos mundos e a comunicabilidade entre os vivos e os mortos, o Alvissarismo se distancia do Kardecismo principalmente em relação à (1) pretensão a cientificidade de seus postulados, (2) a crença em Satanás e (3) a crença na possibilidade do retrocesso na roda das encarnações. Porém, existem outras diferenças doutrinarias entre o Kardecismo e o Alvissarismo, principalmente ao que tange o Cristianismo, já que, para o Alvissarismo, ao contrário do Kardecismo, Jesus Cristo é o Filho de Deus, morreu em remissão dos nossos pecados, foi o primeiro espírito a encarnar na terra através do Logos (encarnação do Verbo) e é a reencarnação de Adão na figura do Pai primevo de Pequim. Quanto à prática ritualística, o Alvissarismo se difere do Kardecismo, porque o Alvissarismo atua no plano da natureza e do pensamento enquanto o Kardecismo atua apenas no plano do pensamento. O Kardecismo não possui rituais de nenhuma espécie, pois desvaloriza a importância do ritual para a religião, posto que não possui hierarquia sacerdotal, nem cerimônias de batizado, casamento ou funeral. Já o Alvissarismo possui rituais de iniciação, batizado, casamento e funeral. No entanto, da mesma forma como o Kardecismo, o Alvissarismo também repele a adoração de imagens, amuletos, rejeita crendices e superstições e não admite pagamento de qualquer espécie pela prestação de assistência espiritual ou de qualquer auxilio concedido aos necessitados, porém, ao contrário do Kardecismo, o Alvissarismo se utiliza da simbologia e da mitologia no processo ritualístico. Para o Alvissarismo, o verdadeiro culto é estabelecido através de um processo dialético entre o interior e o exterior, isto é, entre o homem e a natureza. O Alvissarismo é um sincretismo religioso que sintetiza o Judaísmo, o Cristianismo e o Espiritismo. Seu cânon sagrado é composto pela Bíblia, pela Codificação Espírita e por Alvíssara.

 

Por que, ao contrário do Kardecismo, o Alvissarismo propõe a prática de certos rituais?

Ao contrário do Kardecismo, que despreza completamente o valor dos rituais para a religião, o Alvissarismo propõe a prática de certos rituais com finalidades específicas, e cujo objetivo é sempre o de ser útil ao homem ou a humanidade como um todo. Para um maior entendimento sobre a importância inestimável dos ritos, dos símbolos e dos mitos para a religião, convém ao leitor estudar as obras esplêndidas de Mircea Eliade e a coletânea "Transcendência do Mundo" de Vicente Ferreira da Silva. Os rituais Alvissaristas são um conjunto de gestos, palavras e formalidades que possuem um valor simbólico inestimável, já que suas finalidades são múltiplas. Sua prática é descrita e codificada no Livro Sagrado do Alvissarismo (Alvíssara), que estrutura as tradições da comunidade Alvissarista. Os rituais Alvissaristas são estipulados com a finalidade de dar sentido a certas práticas sociais, religiosas e culturais. Iniciação (Batismo no Fogo Sagrado do Espírito Santo), Música (Salmos de Davi), festas (Natal, Páscoa e recitação de Alvíssara no aniversário do Alvissarismo), fazem parte de um universo cuja ordenação social, cultural e religiosa amplia o conceito de ritual na Doutrina Alvissarista. Os espaços ritualísticos do Alvissarismo são a casa de seu seguidor, onde o ritual é realizado por um único indivíduo, e o Jardim Sagrado, onde o ritual é realizado por um grupo de pessoas. Como dissemos anteriormente, o propósito ou objetivo dos rituais Alvissaristas são variados, eles incluem concordâncias com obrigações sociais, ideológicas e religiosas, incluindo satisfações de necessidades espirituais, emocionais ou psíquicas dos praticantes, fortalecimento de laços sociais, prevenção de doenças psíquicas, proteção ao meio ambiente e demonstração de respeito e submissão a Deus através da repetição, da recordação e da elaboração da prática ritualística, cuja finalidade é religar o homem a Deus.

 

 

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