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                              Perguntas e Respostas

 

O que é o Complexo de Fausto? O que o Alvissarismo quer dizer quando afirma que a ciência morreu e Deus ressuscitou? O Alvissarismo é uma Filosofia anticientífica?

O Complexo de Fausto é uma referência ao poema trágico de Goethe, onde o personagem Fausto – o favorito de Deus -, um erudito que se depara com as limitações do conhecimento científico/humanista, passa a recorrer à magia para chegar ao conhecimento ilimitado. Esse processo vivenciado por Fausto simboliza em um poema trágico a metanoia de um espírito de época que historicamente foi revelado pioneiramente na filosofia de Vicente Ferreira da Silva. Assim como Fausto, Da Silva era um erudito que se deparou com os limites do positivismo lógico, da lógica matemática, do existencialismo e da fenomenologia, passando a recorrer à poesia, ao mito e ao rito para explicar as coisas do homem e do mundo não pelo olhar do próprio homem, mas sim pelo olhar de Deus. A metanoia vivenciada por Da Silva simboliza a metanoia de uma época. Comte e toda a geração positivista desconsiderava a introspecção como meio de se obter conhecimento sobre o homem e o mundo, insistindo na objetividade do conhecimento científico em detrimento do conhecimento teológico, metafísico e religioso, impossibilitando todo tipo de conhecimento não observável, descartando todo tipo de pesquisa cosmológica, considerando a metafísica inútil e inacessível à ciência. No entanto, esta posição foi desconstruída radicalmente através de avanços na química e na física, particularmente através dos trabalhos de Boltzmann e Max Planck, que comprovaram a existência de partículas não observáveis diretamente, confiando na intuição como forma de produzir conhecimento, se assemelhando ao que Charles Sanders Peirce denominou de abdução. O sonho de Nietzsche de um mundo sem Deus caiu por terra, pois o determinismo científico sucumbiu com o experimento imaginário do gato de Schörodinger, o princípio da incerteza de Heisenberg e o teorema da incompletude de Gödel. O trabalho exuberante desses três grandes cientistas marcou o princípio do fim do período nietzschiano da civilização ocidental e sua insistência dogmática e fanática em desprezar a metafísica, a teologia e a religião. A Filosofia de Da Silva sintetiza a vanguarda do espírito de uma época em que a humanidade se depara inexoravelmente com os limites da ciência e passa a recorrer à metafísica, a teologia e a religião para explicar os mistérios do homem e do mundo, anunciando assim, ainda no parto, a morte da ciência e a ressurreição de Deus. Esta é, portanto, uma afirmação que se estrutura como uma metáfora da sociedade pós-nitetzscheana, e não como uma afirmação anticientífica.

 

Quais são os mecanismos da história da humanidade? No que consiste a Sociologia Alvissarista?

Para que possamos entender os mecanismos da história da humanidade, é preciso que consideremos que a história possui uma Lei, que a faz desenvolver-se através de uma estrutura ao mesmo tempo gramatical e hereditária (não no sentido biológico, mas sim no sentido sociológico). Portanto, consideramos importante estabelecermos agora alguns conceitos básicos da Sociologia Alvissarista.

         

Objeto da sociologia: a Sociologia Alvissarista tem por objeto o inconsciente coletivo. O inconsciente coletivo é a estrutura racial herdada de todos os seres humanos. Sobre ele estão arquitetados o ego, o inconsciente individual e todas as aquisições culturais. O inconsciente coletivo é o depósito de traços de memória herdados do passado ancestral da humanidade, um passado que inclui não apenas a história racial do homem ou de uma espécie a parte, mas também seus ancestrais pré-humanos e animais. O inconsciente coletivo é o resto e a causa psíquica do desenvolvimento evolutivo da humanidade, um resíduo gerado na origem do Logos através do roubo do fogo, um resíduo que se acumulou em virtude de experiências repetidas durante várias gerações (por exemplo: a presença e ausência do fogo na origem do Logos e a presença e ausência do fogo nos jogos olímpicos). Como podemos perceber memórias ou representações sociais não são herdadas como tais, o que a humanidade herda é o significante erigido como uma Lei gramatical e hereditária, que determina as possibilidades e impossibilidades da humanidade reviver experiências de gerações passadas.

         

Arquétipos: são os significantes estruturais do inconsciente coletivo: falo ou Nome-do-Pai. Estes, portanto, podem ser representados por diversos símbolos distintos, mas que possuem capacidade de cópula com outros símbolos, formando assim o que se chama de sincretismo cultural, isto é, a fusão ou cruzamento de vários arquétipos que resulta em um novo arquétipo com trações de sua origem diversificada.

         

Gene Social: constituído por um seguimento de elementos culturais que contém o arquétipo, que é a informação ou código significante para a síntese de uma determinada sociedade.

         

Cromossomos Sociais: são acontecimentos históricos estruturados como uma partitura musical, numa sucessão ao mesmo tempo linear e não linear e consecutiva e repetitiva de elementos culturais. Encontram-se dentro do núcleo social. Cada cromossomo social possui vários genes sociais. Ex:

 

 

        1    2         4               7    8

 

              2    3   4         6          8

 

        1               4    5         7    8

 

        1   2                5         7

 

                    3   4    5    6         8

 


Locus Social: local do cromossomo social onde está situado determinado gene social.

 

Cromossomos Sociais Homólogos: são aqueles que possuem a mesma sequencia de genes sociais. Eles apresentam genes sociais para mesma característica cultural na mesma posição. Vale lembrar que, para a mesma característica cultural, pode haver arquétipos diferentes. No inconsciente coletivo eles são encontrados em pares, sendo provenientes dos pais e da sociedade. São os arquétipos binários, por exemplo: macho e fêmea, yin e yang, positivo e negativo, água e fogo, e etc.

 

Gene Social Alelo: são os genes sociais que ocupam a mesma posição em dois cromossomos sociais homólogos. O gene social para Tese (t) é alelo do gene social para Antítese (A). O gene social para infanticídio (i) é alelo do gene social para parricídio (P).

 

Gene Social Dominante: é o gene social que tem o poder de manifestar na sociedade a característica cultural que ele determina. No exemplo dado anteriormente, os genes sociais dominantes são aqueles inscritos com letra maiúscula, ou seja, Antítese e Parricídio. O gene social dominante é representado por letras maiúsculas.

 

Gene Social Recessivo: é o gene social que só manifesta sua característica cultural na sociedade na ausência do gene social dominante. É representado por letras minúsculas. Em geral, a letra usada para representar os genes sociais dominantes e recessivos é a letra inicial da característica cultural determinada pelo gene social. Ex:

 

Gene Social (t) = Tese

 

Gene Social (A) = Antítese

 

Gene Social (i) = Infanticídio

 

Gene Social (P) = Parricídio

 

Genótipo Social: é o conjunto de genes sociais que o indivíduo recebe dos pais, da família e da sociedade na passagem pelo Complexo de Abraão e pelo Complexo Cristão, ou seja, na passagem pelo Complexo de Édipo.

 

Fenótipo Social: é a manifestação da característica cultural na sociedade. São exemplos de fenótipos sociais: ritos de passagem (comportamento dos indivíduos ao nascer um filho, cerimonial que envolve a iniciação dos jovens na vida adulta, formalidades conjugais, comportamento dos indivíduos perante a morte, artes, artesanatos, magia e religião, mitos e meios de comunicação, tipos de organização familiar e etc.). O fenótipo social pode ser modificado por fatores ambientais ou pela vontade do indivíduo ou da sociedade.

 

Sociedades Homozigotas: são aquelas que apresentam genes sociais alelos iguais para uma determinada característica cultural. As sociedades (P P) e as sociedades (i i) são homozigotas dominantes e recessivas, respectivamente.

 

Sociedades Heterozigotas: são aquelas que apresentam genes sociais alelos diferentes para uma determinada característica cultural. No exemplo dado anteriormente, as sociedades (P i) são heterozigotas e representam a característica cultural dominante em seu fenótipo social.

 

Fenocópia Social: é a manifestação de uma característica cultural semelhante a uma característica hereditária, porém, condicionada por outra causa. As sociedades que praticam a poligamia ao longo da história apresentam os mesmos sintomas das sociedades que possuem o gene social da poligamia. Essas sociedades, portanto, possuem uma Fenocópia da poligamia hereditária. Outro exemplo que podemos citar é o incesto hereditário e o incesto causado por uma necessidade reprodutiva gerada por um isolamento geográfico; no primeiro caso trata-se de um fenótipo social e no segundo caso trata-se de uma Fenocópia social.

 

Gene Social letal: é aquele que determina a morte da sociedade no estágio embrionário ou após o nascimento do Logos, isto é, após a encarnação primeva do verbo. Eles podem ser dominantes ou recessivos. Um exemplo de gene social letal é a guerra, que pode ser recessiva (gene social “g”) ou dominante (gene social “G”).

 

Imaginemos o seguinte experimento: se sincretizarmos a cultura hebraica com a cultura grega, sendo as duas sociedades de linhagem cultural pura. A essa sociedade denominaremos de geração parental. Todas as sociedades descendentes dessa geração parental apresentaram sociedades com característica cultural formada por teses. Denominaremos essa geração de G1 e, como todas as sociedades eram formadas por teses, concluímos que a característica cultural formada por teses era dominante sobre a característica cultural formada por antíteses. Em seguida, se realizarmos o sincretismo entre as sociedades da G1. Nos descendentes de G1, denominada de geração G2, obteríamos a maioria (cerca de 75%) de sociedades formadas por teses e a minoria (cerca de 25%) de sociedades formadas por antíteses. Portanto, em cada sociedade sincretizada, devem existir dois fatores que determinam as formas das sociedades. Durante o surgimento do Logos, isto é, da encarnação do Verbo, esses fatores se separaram, indo um para cada sociedade primitiva. No sincretismo, esses fatores novamente se juntam, conferindo a característica ao novo Ser: a História.

 

Primeira Lei da História: cada característica cultural é condicionada por um par de fatores (genes sociais alelos) que se separaram durante o surgimento do Logos.

 

Segunda Lei da História: os fatores sociais que determinam diferentes características culturais são independentes e recombinam-se nas sociedades segundo todas as possibilidades.

 

Considerando o fator recessivo como (t) “Tese” e o fator dominante como (A) “Antítese”, teremos as sociedades da geração parental como (A A) e (t t).

 

Com o sincretismo cultural, formam-se o G1, que são (A t), também chamadas heterozigotas. As sociedades (A t) transmitem aos seus descendentes tanto os fatores “A” quanto os fatores “t”.

 

G1- Proporção genotípica = 100% (A t). Proporção fenotípica = 100% Tese.

 

G2- Proporção genotípica = 25% (A A); 50% (A t); 25% (t t). Proporção fenotípica = 75% Tese e 25% Antítese.

 

Terceira Lei da História: a história é estruturada por diversas unidades históricas que determinam as características culturais da sociedade através dos arquétipos.

 

Quarta Lei da História: a história é estruturada através da oposição binária entre a diacronia consciente da evolução e a sincronia inconsciente da criação.

 

Quinta Lei da História: a história está referenciada tanto a outras histórias quanto à sociedade como um todo.

 

Portanto, a história é estruturada como uma linguagem que se desenvolve através de um acontecimento real (o roubo do fogo) como ponto de partida: jogar para cima uma moeda equilibrada e sem estar viciada. Como sabemos, este acontecimento real pode igualar-se às idas e vindas do fogo na origem do Logos, alternado presença e ausência do fogo na encarnação primeva do Verbo. Com tal moeda, não há como prever, em qualquer jogada, se o resultado será cara ou coroa. Deliberando os sinais + e – para cara e coroa, respectivamente, a representar a afirmação (+) e a negação (–) que estrutura o desenvolvimento dialético da história da humanidade através da filosofia, da política, da economia, da religião, da arte e do direito.

 

Consideremos, portanto, a seguinte cadeia histórica:

 

 

1 2 3 4 5 6 7 8 9   Número de gerações

 

+ + -  - + -  -  - +  Afirmação/Negação

 

 

Todavia, a história toma um aspecto ainda mais parecido com uma cadeia gramatical e hereditária quando agrupamos os resultados das gerações em pares superpostos:

         

 

                    S

                   ---

               + + - - + - - - +   Afirmação/Negação

                ---

                 T

                     ---

                      A

 

 

Na cadeia histórica acima, percebemos que o primeiro elemento é + +, uma combinação que designaremos como Tese (T); tomando o resultado da segunda e da terceira geração, temos + - a ser designado como síntese (S); os resultados da terceira geração, - -, a ser designado como Antítese (A), e assim sucessivamente.

 

Aqui, cada categoria (T, S, A) refere-se a afirmação ou negação diretamente acima representado, tomando em conjunto com a afirmação e a negação a sua esquerda, que estrutura a transição de uma geração para outra.

 

 

         +  +  -  -  + -  -   - +

 

              T S A S S A A S

 

 

Nesse momento fica esclarecido que um conjunto de gerações de categoria Tese (+ +) não pode ser diretamente seguido por um conjunto de gerações da categoria Antítese (- -), já que a segunda geração na categoria Tese é necessariamente uma afirmação, enquanto a primeira geração na categoria Antítese tem que ser uma negação. Do mesmo modo, embora uma categoria Síntese possa ser seguida por uma categoria Tese, Síntese ou Antítese, uma categoria Antítese não pode ser diretamente seguida por uma categoria Tese, já que a primeira termina com uma negação enquanto a última deve começar com uma afirmação. Com isso estabelece-se uma forma de agrupar gerações que proíbe certas combinações (a saber, Tese seguida por Antítese ou Antítese seguida por Tese). No entanto, isso não proíbe que uma geração regida pela afirmação seja seguida por qualquer outro tipo de geração; na verdade, uma afirmação pode ser seguida tanto por afirmações quanto por negações. O importante é que esse modelo gera uma impossibilidade em nossa história, determinando o modo como os elementos culturais e os acontecimentos históricos são encadeados um após o outro, ditando o que pode ou não surgir ou vir após um elemento cultural ou acontecimento histórico. Imaginemos, portanto, que o primeiro par de gerações caiu na categoria Tese e que o terceiro caiu na categoria Antítese. Desse modo, a série pode ser recomposta da seguinte forma: + + - -, e não temos qualquer dúvida de que o segundo par de gerações caiu na categoria Síntese. Se imaginarmos novamente que começamos com uma Tese, e que a geração quatro foi ocupada por uma Tese, logo teremos apenas duas possibilidades:

 

 

             1 2  3 4                              1 2 3 4

          + + -  + +             e            + + + + +

 

             T S  S T                               T T T T

 

 

Como se pode ver acima, em nenhuma dessas gerações é possível ver uma combinação de categoria Antítese; na verdade, uma Antítese é impossível aqui. Da mesma forma, se não existirem apenas Teses na cadeia histórica, deve existir um número par de Sínteses se quisermos encontrar uma Tese na cadeia em algum lugar após a primeira geração; a primeira Síntese introduz uma negação (+ -), a segunda geração muda a cadeia de volta da negação para a afirmação (- +). Assim sendo, a cadeia histórica proíbe o surgimento de uma segunda Tese até que um número par de Sínteses apareça. Portanto, pode-se dizer que a história lembra ou acompanha o movimento de seus acontecimentos anteriores. A história resulta em impossibilidades relacionadas com a ordem na qual as categorias culturais podem surgir, assim como a presença delas quando a matriz histórica tem certas posições predefinidas, e por isso grava no inconsciente coletivo seus componentes anteriores. Esses são, portanto, os mecanismos que determinam o desenvolvimento da história da humanidade. Com isso, fica esclarecido de uma vez por todas, que o processo dialético da história arquitetado por Hegel, é um processo absolutamente ilusório, na medida em que, como vimos anteriormente, não são possíveis trocas diretas entre a Tese e a Antítese sem antes perpassar pela Síntese. Portanto, a dialética Hegeliana formada por Tese, Antítese e Síntese, simplesmente não pode existir de fato, já que esta combinação é proibida pelos próprios mecanismos de funcionamento da história.

 

Qual é o modelo de sociedade apresentado pelo Alvissarismo?

A sociedade estruturalista é o modelo de sociedade apresentado pelo Alvissarismo, e que consiste em ser não apenas uma vertente de pensamento nas ciências humanas inspirado no modelo da linguística que apreende a realidade social como uma estrutura formal de relações, mas sim em um modelo de sociedade que foi arquitetado de modo a ser uma síntese entre o capitalismo e o comunismo. Em termos dialéticos, o capitalismo é uma afirmação (Tese), o comunismo, uma negação (Antítese), e o estruturalismo uma negação da negação (Síntese). O capitalismo afirma a propriedade privada e nega a propriedade pública; o comunismo nega a propriedade privada e afirma a propriedade pública; e o estruturalismo, por sua vez, afirma tanto a propriedade privada quanto a propriedade pública, formando assim um caráter indissolúvel entre o privado e o público. O que caracteriza a Sociedade Estruturalista é a possibilidade da coexistência entre a propriedade privada e a propriedade pública; numa Sociedade Estruturalista os meios de produção são todos 50% privados e 50% públicos, a fim de sintetizar a liberdade do capitalismo com a segurança do comunismo. A Sociedade Estruturalista é o supra-sumo idealizado por Hegel emergido da contradição entre o capitalismo e o comunismo, onde a certeza sensível é superada e a consciência chega à percepção quando o mundo é apreendido pela experiência como verdade na condição de “a coisa de muitas propriedades”. Hegel conceitualiza esse processo como o “suprassumir”, e ele assim define tal processo: “O suprassumir apresenta essa dupla significação verdadeira que vimos no negativo: é ao mesmo tempo um negar e um conservar. O nada, como nada disto, conserva a imediatez e é, ele próprio, sensível; porém é uma imediatez universal”. (Hegel; p. 96. 2011). O estruturalismo é um modelo político e socioeconômico baseado na coexistência entre a propriedade privada e a propriedade pública com fins lucrativos, onde as decisões sobre a oferta, a demanda, os preços, a distribuição e o investimento são feitos através de uma parceria entre o governo e a empresa, e os lucros são divididos entre os empregadores e os empregados e os salários possuem o mesmo valor para todos os trabalhadores independente do cargo que ocupam na sociedade, e são pagos pelo governo e pela empresa com base na quantidade de hora trabalhada. O limite imposto pela Lei deve buscar um equilíbrio ou uma síntese entre o capitalismo (propriedade privada) e o comunismo (propriedade pública), de modo que o indivíduo possa tanto manter a sua liberdade e a sua identidade própria quanto ser capaz de se reconhecer como parte da sociedade. Esse é o princípio que fundamenta a Sociedade Estruturalista: “Amai ao próximo como a ti mesmo”. A Sociedade Estruturalista é o modelo político-econômico criado pelo Alvissarismo com base no ideal Espírita-Cristão exposto no livro “Nosso Lar” psicografado por Francisco Cândido Xavier, onde sabemos pela sua revelação mediúnica através do espírito André Luiz que o sistema político-econômico no mundo espiritual é justamente o modelo apresentado pelo Alvissarismo; a Sociedade Estruturalista é a sociedade do mundo espiritual, isto é, um misto de liberdade com as limitações que a vida em sociedade impõe. Desse modo, o Governador de alguma cidade espiritual tem em seu favor a autoridade moral que se impõe aos membros da sociedade, da mesma forma como o Presidente da República tem em seu favor a autoridade estatal que se impões aos membros da sociedade. Em “Nosso Lar”, vemos, por exemplo, que o Governador é assistido por uma equipe de setenta outros espíritos que ministram a colônia, desse modo não se trata de um governo autocrático ou totalitário, na medida em que cada Ministro que compõem o colégio da governadoria possui autonomia e busca o bem da sociedade, havendo não só um trabalho especificamente direcionado para o bem estar social como também um diretor desse trabalho (o Ministro) que age de modo a promover uma dialética entre o indivíduo e a sociedade. O bônus-hora nada mais é do que o dinheiro do mundo espiritual, e ele demonstra que o valor do trabalho é idêntico para todas as pessoas da cidade, ou seja, independente do trabalho realizado, todos os indivíduos recebem o mesmo valor por hora trabalhada. Não se trata de um salário pago diferentemente para cada cargo ocupado, mas sim o mesmo salário pago para todos os cargos, com a diferença da hora de trabalho realizada, ou seja, os trabalhadores, independente do cargo que ocupam, recebem todos o mesmo salário por hora trabalhada. Esse é o modelo de salário proposto pelo Alvissarismo, ou seja, numa Sociedade Estruturalista o Presidente da República ganha o mesmo valor-salário por hora trabalhada que o policial federal; o Governador do Estado ganha o mesmo valor-salário por hora trabalhada que o professor estadual; o Prefeito da cidade ganha o mesmo valor-salário por hora trabalhada que o gari que varre as ruas da cidade onde o prefeito passa com seu carro de luxo; o Gerente da empresa ganha o mesmo valor-salário por hora trabalhada que o auxiliar de limpeza encarregado de varrer a sala onde o Gerente toma o seu cafezinho enquanto trabalha, e etc. Esse é o modelo de uma sociedade baseada no amor, na justiça e na caridade proposto pelo Alvissarismo, e todos os Alvissaristas devem lutar pacificamente para poder implantá-lo, tendo como instrumento os três poderes do Estado (executivo, legislativo e judiciário) e os três poderes da Sociedade (família, escola e religião). Na Sociedade Estruturalista proposta pelo Alvissarismo o homem bem sucedido na vida não é aquele que possui maior número de bens materiais, mas sim aquele que possui menor número de vícios morais. O Alvissarismo pretende, através do estruturalismo, construir uma sociedade onde o homem não vale mais aquilo que ele tem no bolso, mas sim aquilo que ele tem na alma, ou seja, o Alvissarismo idealiza uma sociedade onde o homem não é julgado por aquilo que ele tem, mas sim por aquilo que ele é.

 

O Estruturalismo é um Socialismo?

Não. Ao contrário do comunismo, o estruturalismo não é materialista, mas sim espiritualista, e sua pretensão é justamente a de erguer na terra o modelo socioeconômico do céu segundo a tradição Judaico-Cristã-Espírita do Alvissarismo, exposto no livro “Nosso Lar” psicografado por Francisco Cândido Xavier, onde a sociedade é baseada em numa síntese entre a liberdade e os limites que a vida civilizada impõe aos indivíduos. Por ser uma síntese entre o capitalismo e o comunismo, o estruturalismo faz parte do centrismo político, não se enveredando completamente nem para a esquerda nem para a direita, mas se mantendo exclusivamente no caminho do meio, relacionando-se tanto com a liberdade econômica promovida pelo capitalismo quanto com as intervenções do Estado promovidas pelo socialismo, com a finalidade de assim estabelecer um equilíbrio entre a liberdade e a segurança, fornecendo à humanidade a felicidade possível a este mundo, posto que para o Alvissarismo a felicidade é o exato ponto de equilíbrio entre a liberdade e a segurança. Nós acreditamos que o estruturalismo será alcançado não através da luta de classes e de uma revolução armada que instalaria a ditadura do proletariado, mas sim através de uma revolução cultural e do direito legislativo do povo como representante direto de Deus, isto é, através da teodemocracia (forma de governo em que a soberania legislativa deriva do povo e é exercida por ele, através da criação, veto e sanção das leis que regem a sociedade realizada por via de plebiscitos), organizando assim, através da vontade do povo a vontade de Deus de transfigurar a sociedade capitalista em uma sociedade estruturalista. O Alvissarismo parte do princípio de que a causa dos problemas sociais está nos vícios morais como o orgulho, a vaidade, o egoísmo, a avareza, a ira, a inveja, a luxúria, a preguiça, a gula e etc., e não na propriedade privada como supunha Marx e os socialistas, pois o mal não está fora do homem, mas sim dentro dele. O problema fundamental do capitalismo não é a propriedade privada, mas sim o fato de ele ser um sistema econômico estruturado em vícios morais como o egoísmo, a ganância, a inveja, a vaidade, o orgulho e a avareza, condição esta que fomenta um comportamento social vicioso, deletério e moralmente regressivo, que promove lentamente a extinção da espécie humana, pois se o egoísmo, a ganância, a inveja, a vaidade, o orgulho e a avareza se tornassem princípios de uma lei universal, em pouco tempo, em termos de história da humanidade, os seres humanos destruiriam uns aos outros até não restar mais nenhum para contar história. O que basicamente diferencia o estruturalismo do socialismo é que o estruturalismo não advoga a ideia de que os meios de produção devem ser de propriedade pública ou coletiva, mas sim de que os meios de produção devem ser ao mesmo tempo de propriedade pública e privada, dividindo-se em 50% para o Estado e 50% para o indivíduo, com a finalidade de erguer uma síntese entre o capitalismo e o comunismo que permita a coexistência entre a liberdade e a segurança, formando assim uma sociedade baseada no amor, na justiça e na caridade com o objetivo final de atingir a felicidade possível a este mundo.

 

Qual é a função do Estado?

O Alvissarismo propõe que a função primordial do Estado é castrar os indivíduos que estruturam a sociedade. A castração está relacionada com o fato de que, em uma sociedade, os indivíduos são forçados a renunciar ao gozo egoísta. A implicação imediata dessa tese é que o conceito de castração, como exposto por Lacan, enfatiza primordialmente a renúncia ao gozo egoísta e não ao pênis e, por isso, esse conceito se aplica tanto aos indivíduos quanto à sociedade, na medida em que tanto os indivíduos quanto a sociedade alienam uma parte considerável de seu gozo egoísta. A função do Estado é castrar o gozo egoísta dos indivíduos que estruturam a sociedade a fim de prezar pela vida dos indivíduos em sociedade. Se o Estado não exercesse a sua função primordial de castração do gozo egoísta a vida em sociedade se tornaria impossível, e isso quer dizer: a civilização não existiria. O Estado surge como uma necessidade de castrar o gozo egoísta dos indivíduos para que estes possam viver em sociedade, já que se o Estado não exercesse essa função os homens comeriam uns aos outros até que não sobrasse mais homem algum na face da terra, e o último dos homens tivesse que comer a si próprio num suicídio narcísico. É graças à função castradora do Estado que é possível a vida em sociedade.

 

O que é a estrutura social?

A estrutura social é um conjunto de relacionamentos que estão interligados entre si. Esses relacionamentos são arquitetados em um processo histórico entre o indivíduo e a sociedade em diversas situações da existência humana. A estrutura social é uma dialética histórica entre o indivíduo e a sociedade organizada como um sistema de padrões característicos de relacionamentos. Isso é a estrutura social do grupo. A sociedade é como um corpo, e os indivíduos são como as partes que compõem esse corpo. O corpo social é dividido em supraestrutura e infraestrutura; a supraestrutura é composta por três partes principais (cabeça, membro e tronco), que equivalem aos três poderes do Estado (executivo, legislativo e judiciário), que, juntos, formam a estrutura do corpo social. Da mesma forma, a infraestrutura é composta por três partes principais (cabeça, membro e tronco), que equivalem aos três poderes da Sociedade (família, escola, religião), que, juntos, formam a estrutura do corpo social. É a dialética entre os três poderes do Estado e os três poderes da Sociedade que formam a estrutura do corpo social como um conjunto de relacionamentos entre si. O conceito de estrutura social deve ser entendido como um edifício social organizado e disposto através da dialética entre os três poderes do Estado e os três poderes da Sociedade como as duas partes de um todo dispostas entre si, como a estrutura do corpo humano. O conceito de estrutura social nos permite perceber que toda a sociedade está interligada de tal modo que a mínima mudança em uma das partes do corpo causaria uma mudança em todas as outras partes; é assim que sabemos que uma mudança nos três poderes do Estado causa uma mudança imediata nos três poderes da Sociedade assim como uma mudança nos três poderes da Sociedade causa uma mudança nos três poderes do Estado. A Sociedade Estruturalista propõe abordar qualquer sociedade como um sistema no qual cada um dos três poderes do Estado ou da Sociedade só pode ser definido pelas relações de equivalência ou de oposição que mantém entre si. Esse conjunto de relações dialética forma a estrutura social. A forma mais simples de entendermos o conceito de estrutura social é a seguinte: por que um indivíduo se importaria em viver em sociedade se ele fosse independente e não necessitasse de ninguém para se alimentar, se agasalhar e etc.? Se o alimento ou o agasalho nunca faltam, por que o indivíduo se daria ao trabalho de viver em sociedade? Isso quer dizer que numa sociedade todos os indivíduos dependem uns dos outros para poder viver, que todos os indivíduos que compõem a sociedade estão direta ou indiretamente interligados uns nos outros. O alimento que sacia a sua fome, não fostes vós que o plantaste. A água que mata a sua sede, não fostes vós que a trataste. O agasalho que te protege do frio, não fostes vós que o fabricaste. Numa estrutura social todos dependem uns dos outros de tal forma que a mínima mudança em um dos elementos da estrutura social causaria consequências em todos os outros elementos que compõem a estrutura social. Se o sujeito que planta o alimento não realizar o seu trabalho, com o que há de se alimentar? Se o sujeito que trata a água não realizar o seu trabalho, como o que há de matar a sua sede? Se o sujeito que fabrica o agasalho não realizar o seu trabalho, com o que há de se proteger do frio? Em resumo: a estrutura social é um corpo social e os elementos dessa estrutura são as partes que compõem o esqueleto desse corpo.

 

O que estrutura o valor de todos os valores da sociedade?

O Alvissarismo propõe que, em sua busca por amor e atenção, o homem é confrontado mais cedo ou mais tarde com o fato de que ele não é o único objeto de interesse da sociedade. A atenção da sociedade é a coisa mais valiosa no universo do homem; é o padrão-ouro, a saber, aquele valor pelo qual todos os outros valores (belo, bom, virtude, verdade, poder, dinheiro, e etc.) são medidos. Todas as coisas ou ações que atraem a atenção da sociedade para além do indivíduo adquire uma importância para este que de outra forma não teriam. Desse modo, um significante vem a significar aquela parte do desejo da sociedade que vai além do indivíduo (e por extensão, o desejo deles em geral). Lacan se refere a este significante como o “significante do desejo”, e – como “o desejo do homem é o desejo do Outro” – Lacan também se refere a ele como o “significante do desejo do Outro”. Eis a nossa tese. O belo é o significante que é digno de ser desejado, aquilo que é desejável, por causar desejo no Outro. A Filosofia Alvissarista propõe que em todas as culturas em geral este significante é o falo. Embora muitos vão contestar esta nossa tese afirmando que a nossa teoria do belo é tão-somente uma noção preconceituosa, a Filosofia Alvissarista, baseada na prática psicanalítica exposta na literatura, afirma que se trata de um fato inquestionável provado pela história da humanidade e pela observação clínica das culturas ocidentais e orientais. Não há sequer uma única cultura, desde os primórdios da civilização, que não tenha feito do falo a manifestação do belo. Em todas as culturas ocidentais e orientais o belo é igual ao falo. Trata-se, portanto, de uma regra universal. Em todas as sociedades, desde os primórdios da civilização, o falo, como o significante do desejo, é o que estrutura o juízo de gosto sobre o belo. O fogo – como representante primitivo do falo – foi o primeiro significante a ser ajuizado como belo, porque era para o homem primitivo um significante digno de ser desejado. Eis porque em todas as civilizações a luz e o fogo são denominados como algo belo. Mas porque o fogo veio a assumir esse papel fálico na horda primitiva? Ora, pelo simples motivo de que, na era do gelo, o fogo era o significante mais desejado de todos. Essa é, pois, uma razão antropológica por natureza. O fato é que, em todas as culturas o belo é igual ao falo, que em geral desempenha o papel de significante do desejo de ser, ter e estar. É belo todo objeto, coisa, ação ou fenômeno da natureza que o homem deseja ser, ter e estar, por causar desejo no Outro. O belo é tudo o que é digno de ser desejado pelo homem por causar desejo na sociedade. Eis a nossa terceira tese. A condição fálica da existência humana faz com que para o homem o belo seja inseparável do bom, da virtude, da verdade, do poder e do dinheiro. O bom é belo porque ser bom, ter o bom e estar com o bom, gera desejo no Outro. A virtude é bela porque ser virtuoso, ter a virtude e estar com a virtude, gera desejo no Outro. A verdade é bela porque ser a verdade, ter a verdade e estar com a verdade, gera desejo no Outro. O poder é belo porque ser poderoso, ter o poder e estar com o poder, gera desejo no Outro. O dinheiro é belo porque ser rico, ter o dinheiro e estar com o dinheiro, gera desejo no Outro. Belo, bom, virtude, verdade, poder e dinheiro são inseparáveis. Eis o que o fogo representou para o homem primitivo: o belo, o bom, a virtude, a verdade, o poder e o dinheiro. A estética deve ser estudada fundida com a ética, a moral, a lógica, a política e a economia. Eis a grande novidade introduzida pela Filosofia Alvissarista à estética desde Platão e Aristóteles. No entanto, o belo não é a mesma coisa que o sublime, da mesma forma que o significante do desejo não é a mesma coisa que a causa do desejo. O sublime como a causa do desejo, permanece além da significação, isto é, insignificável, indecifrável, enigmático. Na nossa teoria do belo, o termo “sublime” é obviamente um significante que significa o desejo do Outro na medida em que ele serve de causa do desejo do sujeito; mas o sublime, visto como sendo algo enigmático, isto é, como real, coisa obscura e difícil de definir, mistério, algo sem significação ou fora-do-significado, não pode ser dito. Eis a nossa quarta tese. O sublime é o desejo do Outro, ele é a capacidade de desejar como real, sem significado. O belo, por outro lado, não é nada senão o significante do desejo. O sublime é então a causa real e indizível do desejo, enquanto o belo é o nome do desejo e, por isso, dizível.

 

O que determina o valor de uma mercadoria?

Do ponto de vista da Economia Alvissarista, é o falo que determina o valor das mercadorias; as relações de troca dependem de que os indivíduos que compõem a sociedade se sintam amados uns pelos outros, já que o homem desloca nas mercadorias a sua demanda de amor, e é justamente esta demanda de amor que determina o preço de cada mercadoria. O amor é, portanto, a base para compreender a alocação de recursos entre as classes, já que é na esfera do amor que a riqueza é produzida. A teoria do valor-falo é capaz de explicar fenômenos psíquicos e sociais modernos como por exemplo o objeto de estimação, a ostentação de bens materiais, a compulsividade pela compra, o consumismo, a cultura das celebridades, e todas as patologias individuais e sociais referentes ao mundo das mercadorias, como a busca incansável do homem por status social ainda que este não venha a representar qualquer vantagem econômica, a acumulação compulsiva e a acumulação de animais, que são patologias típicas da sociedade capitalista.

 

O que é o Alvissarismo Cultural?

O Alvissarismo Cultural é o conjunto de ideias apresentadas pelo Alvissarismo como forma de reestruturar os valores ocidentais como a família, a religião, o gênero, a raça, a arte e o bom gosto estético. Trata-se de uma construção teórica cuja meta é a reestruturação da civilização e da cultura ocidental, a fim de substituir a Sociedade Capitalista pela Sociedade Estruturalista. Para a realização de tal meta é preciso desconstruir o significado da Sociedade Capitalista em relação à família, a religião, o gênero, a raça e a arte e substituí-lo pelo significado da Sociedade Estruturalista. Ou seja, a meta do Alvissarismo Cultural é destronar a família burguesa e colocar em seu lugar a família Alvissarista, baseada na crença da reencarnação (que extermina o egoísmo da família burguesa e expande os laços familiares a toda a humanidade), na união civil e religiosa entre pessoas do mesmo sexo (que extermina o preconceito contra as manifestações naturais da sexualidade e fomenta a diversidade sexual e o respeito ao próximo), na igualdade das raças (que extermina o racismo e fomenta a tolerância entre as diversas raças e culturas) e na concepção fálica do belo ligada ao bem, à virtude, à verdade, ao poder e ao dinheiro (que obriga categoricamente os homens a amarem uns aos outros, a buscarem a virtude e a verdade e a utilizarem a política econômica como instrumento da justiça e da caridade). A desconstrução deve ser uma das principais ferramentas usadas pelo Alvissarismo Cultural. Derrida ao inventar o desconstrutivismo forneceu ao Alvissarismo os meios para desmontar a Sociedade Capitalista que estruturou a civilização e a cultura ocidental e implantar a Sociedade Estruturalista. “A desconstrução de um texto ou de um fato histórico permite que se elimine o seu significado, substituindo-o por outro que se pretende”; foi com base no desconstrutivismo de Derrida que o Alvissarismo desmontou a crença na ressurreição da carne de Cristo, que mantinha a civilização e a cultura ocidental atrelada ao materialismo, e substituiu-a pela crença na ressurreição da alma de Cristo, que manterá a civilização e a cultura ocidental atrelada ao espiritualismo. A ressurreição da carne de Cristo é o acontecimento histórico que fundou toda a civilização e a cultura ocidental, ao desconstruirmos esse acontecimento histórico e substitui-lo pela ressurreição da alma de Cristo, explicada pelo roubo do corpo de Jesus e as aparições pós-mortem dadas em espírito e não em corpo, o Alvissarismo mudou o centro de gravidade pelo qual toda a civilização e cultura ocidental se estruturou. A crença na ressurreição da carne de Cristo é a ideia principal cuja qual fez com que a nossa civilização se aprisionasse ao materialismo. Ao substituir a crença na ressurreição da carne pela crença na ressurreição da alma, o Alvissarismo libertou a civilização e a cultura ocidental do mais denso materialismo e a presenteou com o mais puro espiritualismo.

 

O Alvissarismo permite a prática da greve trabalhista como método de protesto?

Não. O Alvissarismo proíbe categoricamente a prática da greve trabalhista como método de protesto, entendendo que este método é falho e injusto por prejudicar pessoas que nada tem a ver com a causa em questão. Em lugar da greve o Alvissarismo propõe os métodos do acampamento, do jejum e da oração coletiva, a fim de que o protesto não prejudique pessoas que nada tem a ver com a causa, atraindo assim a simpatia de toda população por ser um método de protesto pacífico e religioso.

 

Qual é a forma de governo apresentada pelo Alvissarismo?

A teodemocracia é a forma de governo apresentada pelo Alvissarismo, onde a soberania legislativa deriva do povo e é exercida por ele, através da criação, veto e sanção das leis que regem a sociedade realizadas por via de plebiscitos, telefonia e pela internet. A teodemocracia não se confunde com a teocracia, na medida em que na teocracia o Estado é regido pela religião ou por um sectário religioso, enquanto que na teodemocracia o Estado é absolutamente laico e não está ligado a nenhuma religião nem a nenhum sectário religioso. A teodemocracia é a perfeição absoluta da democracia, na medida em que faz do povo o representante legislativo direto de Deus. Na teodemocracia a voz do povo é a voz de Deus. Como podemos ver o sistema político teodemocrático proposto pelo Alvissarismo não tem nada a ver com um governo legado por um sectário religioso, mas sim com um governo legado pelo poder do povo como representante legislativo da vontade de Deus. A teodemocracia é o instrumento do fim da corrupção política, assim como o do fim da desigualdade social, na medida em que o povo tem o poder de criar, vetar e sancionar as Leis de um país, de um Estado e de um município, o povo tem o poder de fazer valer a sua vontade, assim como a sua necessidade. Só a teodemocracia tem o poder de estruturar uma distribuição de renda moralmente justa, na medida em que com ela o povo poderá comandar essa distribuição através do seu poder de veto das Leis propostas pelo senado. O poder de criação e sanção das Leis de um país deve estar nas mãos do povo como representante legislativo de Deus; só assim desaparecerão da sociedade a corrupção e a desigualdade social! O Direito legislativo funciona da seguinte forma: os senadores, deputados e vereadores devem propor as Leis de um país, estado ou município e transpassá-las ao presidente, governador ou prefeito, que, após analisar o fundamento legislativo, deverá colocar em pauta se essa Lei irá ser votada pelo povo para ser sancionada ou não. Essa votação deve ser feita através de plebiscitos realizados pelas urnas eletrônicas, pela internet ou pelo telefone, cujo voto será reduzido a SIM ou NÃO. Da mesma forma deve ser dado ao povo o direito de criar suas próprias Leis; nesse caso o direito legislativo funciona da forma oposta, isto é, o povo deve propor as Leis federais, estaduais e municipais, e transpassa-las ao presidente, governador ou prefeito, que, após analisar o fundamento legislativo, deverá colocar em pauta se essa Lei irá ser votada pelo senado, câmara dos deputados ou dos vereadores para ser sancionada ou não.

 

O que é o Ativismo Alvissarista?

O Ativismo Alvissarista, no sentido político-filosófico, é a parte da Doutrina Alvissarista que privilegia a prática efetiva de transformação da realidade em detrimento da atividade político-filosófica puramente especulativa. O Ativismo Alvissarista se restringe à implantação da Teodemocracia e da Sociedade Estruturalista.

 

O Alvissarismo é um movimento político-filosófico partidarista?

Absolutamente não. O Alvissarismo é um movimento político-filosófico ativista e não partidarista, posto que não esteja filiado ideologicamente com nenhum partido político existente. O partido do Alvissarismo é o partido do povo. No entanto, o Alvissarismo não proíbe nenhum de seus membros a ocupar cargos políticos na sociedade, mas não está diretamente relacionado a nenhum partido político, e não é nem deve ser ou se configurar como um partido político, pois o Alvissarismo é um movimento político-econômico de ordem filosófico-religiosa. 

 

Qual o posicionamento político do Alvissarismo?

O posicionamento político do Alvissarismo é o Centrismo. O Centrismo, na política, levando em conta o contexto da existência de uma Esquerda e uma Direita (política), é a posição filosófica de quem se encontra no exato ponto de equilíbrio entre as extremidades políticas, não pesando mais nem para a Esquerda nem para a Direita, ou seja, a Filosofia Alvissarista da Política não é nem de Esquerda nem de Direita, ela é de Centro, e o fato de ela buscar o exato ponto de equilíbrio entre a Esquerda e a Direita, faz dela um método político-filosófico baseado no Caminho do Meio (influência do Budismo), isto quer dizer que o Alvissarismo não é nem de Centro-Esquerda nem de Centro-Direita, mas único e exclusivamente de Centro, o nosso caminho é sempre o caminho do meio, pois, a política é como um instrumento de corda, se esticar demais, ela arrebenta, e se afrouxar demais o instrumento não toca. 

 

O Alvissarismo faz parte da Teologia da Libertação?  É possível uma “Teologia Alvissarista da Libertação?" Qual o posicionamento do Alvissarismo frente à Teologia da Libertação?

Não. O Alvissarismo não faz parte da Teologia da Libertação. O Alvissarismo concorda com a tese de que o cristianismo é essencialmente comunista, porém, é preciso esclarecer que o comunismo cristão praticado pelos primeiros apóstolos nada tem a ver com o comunismo marxista-leninista, como quer Leonardo Boff e a Teologia da Libertação. Expomos aqui a ligação entre o cristianismo e o comunismo não porque somos comunistas, pelo contrário, o Alvissarismo é anti-comunista, mas sim por uma questão de honestidade intelectual. É bem verdade que o Alvissarismo tem um posicionamento político enraizado em sua teologia, mas este posicionamento nada tem que ver com a Teologia da Libertação. A Doutrina Alvissarista, apesar de ser uma doutrina teológica e política, nada tem que ver com o esquerdismo, o socialismo, o comunismo e o marxismo defendido pela Teologia da Libertação. Não é possível uma "Teologia Alvissarista da Libertação" porque o Alvissarismo, apesar de seu posicionamento político-teológico, nada tem que ver com a Teologia da Libertação. A única tese em comum entre a Teologia da Libertação e a Doutrina Alvissarista está estruturada na ideia de que o Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo tem por excelência a opção preferencial pelos pobres, pelos marginalizados e pelos mais necessitados, especificando que a Teologia tem por missão, para colocar na prática essa opção aos pobres, marginalizados e necessitados, utilizar como instrumento de libertação as ciências sociais; no entanto, enquanto a Teologia da Libertação se utiliza do método marxista denominado materialismo histórico e dialético e da luta de classes para alcançar a libertação dos pobres e oprimidos e implantar a Sociedade Comunista, que é, em sua essência, materialista, o Alvissarismo se utiliza do método denominado estruturalismo histórico e dialético e do poder legislativo do povo como representante direto de Deus para alcançar a libertação dos pobres e oprimidos e implantar a Sociedade Estruturalista, que é, em sua essência, espiritualista. Deste modo, a Doutrina Alvissarista tem em comum com a Teologia da Libertação o fato de ambos os movimentos serem apartidários e inclusivistas de uma Teologia Política que interpreta os ensinamentos de Jesus Cristo em termos de uma libertação de injustas condições políticas, econômicas e sociais. O Posicionamento do Alvissarismo frente à Teologia da Libertação é o de que ela é um engano teológico, sendo constituída como uma antropologia pseudo-cristã que foca exclusivamente os problemas sociais e deixa de lado o fundamento primordial da espiritualidade em termos de uma metafísica cristã, sendo, por sua própria constituição ilusória, um tipo de marxismo, relativismo e materialismo pseudo-cristão. Em resumo, a Teologia da Libertação é, para o Alvissarismo, uma heresia. Ao contrário da Teologia da Libertação, a Doutrina Alvissarista não deturpa o caminho da espiritualidade, relegando-o ao segundo plano frente à missão mundana de libertar os pobres e oprimidos. A Doutrina Alvissarista foi revelada pelo espírito luminoso da princesa Isabel baseando-se nos ideais de amor, justiça e caridade como instrumentos de libertação de todas as formas de opressão, seja ela espiritual, política, econômica e social, tendo se formado com base nas Escrituras Sagradas. Ao contrário da Teologia da Libertação, o Alvissarismo não é adepto do materialismo e do marxismo como método de análise das injustiças sociais, possuindo em sua estrutura formal o seu próprio método, que nada tem que ver com o materialismo e o marxismo. Para o Alvissarismo, sintetizar em uma Teologia Política os ensinamentos de Jesus Cristo e Karl Marx é um erro de proporções gigantescas, sendo uma atitude herética e ingênua. 

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