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                              Perguntas e Respostas

 

Qual o símbolo oficial do Alvissarismo?

O símbolo oficial do Alvissarismo é o conjunto vazio. A criação aqui é produto de uma falta, de um vazio. O universo existe na medida em que o Verbo divino o arquitetou do nada, isto é, do vazio gerado por sua ausência. É daqui que emana o criacionismo Judaico-Cristão que apregoa a criação do universo a partir do nada. O nada produz o ser na medida em que há um ser em todo nada assim como há um nada em todo ser. Se o Alvissarismo apregoa que Deus criara o universo do amor consigo mesmo, é somente porque na base desse amor está estruturada a dialética do Ser (Pai) e do Nada (Espírito Santo). A alienação possibilita a origem do ser num lugar onde o ser se depara com o nada, e, por isso, permanece vazio. A alienação produz um ser a partir do nada, isto é, de um não há que engendra a falta a ser, donde, ao vislumbrar o vazio surge o ser. A presença nasce da ausência, pois é da falta que surge o desejo assim como é da morte que surge a vida. A separação é o instrumento da alienação. A criação é produto de uma falta. Deus criou o universo do nada porque o nada é a ausência do ser. A alienação representa a instituição da ordem espiritual e a atribuição de um lugar ao espírito nessa ordem. É a falta que produz a existência do desejo assim como é o nada que produz a existência do ser, na medida em que o ser é um significante, e o significante é o símbolo de uma ausência. É possível entender o processo de alienação que produziu a criação do universo como um conjunto vazio, representado pelo símbolo Ø, ou pelo símbolo { }, isto é, um conjunto onde não há elementos, um símbolo que produz algo do nada. O significante é a origem de todas as coisas; o significante é o que ontologicamente surge do real, no entanto, o que é forjado por ele não possui caráter material. O conjunto vazio como símbolo divino dentro da existência espiritual está relacionado com o nome próprio de Deus, isto é, o Indizível. O conjunto vazio é o símbolo que estrutura o Alvissarismo, é o símbolo que o representa em sua totalidade como sistema de Filosofia, Política, Economia e Religião. 

 

O que é a Teologia Crítica?

A Teologia Crítica representa a posição metodológica própria do Kantismo adotada pelo Alvissarismo. A Teologia Crítica caracteriza-se por considerar que a análise crítica da possibilidade, da origem, do valor, das leis e dos limites do conhecimento racional constitui-se o ponto de partida da Teologia. A Teologia Crítica tem como objeto o processo pelo qual se estrutura o conhecimento teológico. Desse modo, em sentido geral, merece o nome de Teologia Crítica a postura que privilegia a investigação dos fundamentos do conhecimento como condição para toda e qualquer Teologia. Para a Teologia Crítica, a pergunta sobre os fundamentos do conhecimento deve ter primazia sobre a pergunta sobre os fundamentos do Ser, posto que, sem os fundamentos do conhecimento não se pode garantir com segurança a validade das proposições teológicas. A Teologia Crítica é uma atitude filosófica que nega a verdade de todo conhecimento que não tenha sido submetido, previamente, a uma detalhada crítica dos fundamentos da Teologia. Neste sentido, a Teologia Crítica apresenta-se como uma Teologia agnóstica. Tal como a Teologia Dogmática, a Teologia Crítica acredita na razão e confia nela; mas ao contrário da Teologia Dogmática, a Teologia Crítica submete a investigação teológica a uma crítica epistemológica. A Teologia Crítica está fundamentada em postulados e não em dogmas, ou seja, em proposições não provadas ou demonstradas, que são consideradas como óbvias ou como um consenso inicial necessário para a construção e aceitação da religião, que se admite sem discussão, mas que não são dogmas, pois mesmo se apresentando como pontos fundamentais da religião, não são preceitos indiscutíveis nem irrefutáveis; este é o caso da Teologia Alvissarista, que, por estar arquitetada unicamente através de postulados, se torna uma Teologia Crítica e não uma Teologia Dogmática. A Teologia Dogmática é uma Teologia construída através de juízos que se baseiam em proposições que ultrapassam os limites da razão e não reconhecem a sua transgressão, tomando suas afirmativas como assertóricas e apodíticas enquanto na verdade são hipotéticas e problemáticas. A Teologia Crítica é uma Teologia construída através de juízos que se baseiam em proposições que ultrapassam os limites da razão e reconhecem a sua transgressão, tomando suas afirmativas exclusivamente como hipotéticas e problemáticas, jamais como assertóricas e apodíticas.

 

O Alvissarismo é uma filosofia religiosa agnóstico-teísta?

Sim. O Alvissarismo é uma filosofia religiosa agnóstico-teísta. Isso significa que o Alvissarismo acredita em Deus, mas não acredita na possibilidade de se provar de forma segura a existência de Deus, sendo esta uma questão para a mais pura fé religiosa, que transcende os limites da razão e penetra o mundo inteligível, e não para a razão científica, que é limitada aos fenômenos materiais da realidade sensível. 

 

Qual o posicionamento do Alvissarismo sobre a origem do universo, da vida e do homem?

O Alvissarismo adota um posicionamento agnóstico-teísta em relação à origem do universo, da vida e do homem. Ou seja, para o Alvissarismo o valor de verdade das reivindicações teóricas sobre a origem do universo, da vida e do homem é desconhecido e incognoscível por se referir a questões metafísicas cujos juízos são de índole estritamente hipotética e problemática, não possuindo qualquer caráter assertórico e apodítico, mas ainda assim nós acreditamos na hipótese problemática de que foi Deus quem criou o universo. Para o Alvissarismo todos os juízos referentes à origem do universo, da vida e do homem são de ordem hipotética e problemática, isto é, todas as teorias existentes sobre a origem do universo, da vida e do homem são juízos onde o predicado exprime uma consequência hipotética em relação ao sujeito e onde o predicado admite a afirmação ou a negação do sujeito como meramente possível. Nenhuma das proposições referentes à origem do universo, da vida e do homem são de índole assertórica e apodítica, isto é, nenhuma teoria sobre a origem do universo, da vida e do homem possui proposições onde o predicado exprime algo de verdadeiro em relação ao sujeito e onde o predicado exprime algo de necessário e lógico em relação ao sujeito. Proposições como “Deus criou o universo, a vida e o homem”, ou “O universo surgiu a partir de uma explosão de matéria e energia que deu origem aos átomos, galáxias, estrelas, planetas e seres vivos”, ou “O universo é eterno”, são proposições onde o predicado exprime uma consequência hipotética em relação ao sujeito e onde o predicado admite a afirmação ou a negação do sujeito como meramente possível, ou seja, nenhumas dessas proposições arquitetadas anteriormente possuem um predicado que exprime algo de verdadeiro em relação ao sujeito ou um predicado que exprime algo de necessário e lógico em relação ao sujeito, não sendo proposições assertóricas e apodíticas, mas estritamente hipotéticas e problemáticas. E dentre as três proposições apresentadas anteriormente, o Alvissarismo aposta na primeira delas, a saber, a proposição que diz que “Deus criou o universo, a vida e o homem”. Este é o posicionamento agnóstico-teísta do Alvissarismo em relação à origem do universo, da vida e do homem. Ou seja, o Alvissarismo acredita que Deus criou o universo, a vida e o homem, mas não afirma poder provar isso categoricamente, reconhecendo ser este postulado apenas uma crença de índole hipotética e problemática, e não um conhecimento assertórico e apodítico.

 

O Alvissarismo é uma religião? No que consiste a Religião Alvissarista?

Sim. A Religião Alvissarista é o conjunto de uma determinada crença em Deus, na imortalidade da alma, na reencarnação, na pluralidade dos mundos e na comunicabilidade entre os vivos e os mortos, que estrutura o símbolo do Fogo como mediador entre Deus e os homens, e relaciona a humanidade com a espiritualidade e seus valores morais. A Religião Alvissarista possui um Mito da Criação, que estabelece uma tradição histórica Sagrada, que se destina a dar sentido ou significação à vida através da explicação da origem do universo. A Religião Alvissarista deriva da moralidade, da ética, das Leis religiosas que determinam um estilo de vida agradável a Deus, de ideias sobre o cosmos e a natureza humana. A prática da religião Alvissarista consiste na instrução canônica, na fé em Jesus Cristo e na obra de amor, justiça e caridade; mas também inclui sermões, seminários, comemoração do nascimento de Jesus no Natal, da ressurreição da alma de Cristo na Páscoa e do nascimento do Alvissarismo, calendário (com contagem do tempo a partir da origem do Logos), sacrifícios simbólicos, transes, práticas mediúnicas ou experiências místicas, rituais, batismos, serviços matrimoniais e funerários, meditação, iniciação, passe, fluidoterapia, psicanálise (sintomas, sonhos, atos-falhos, chistes, esquecimentos, arquétipos, estilística, poesia, música e arte). O nascimento do Alvissarismo assume tanto a forma de uma revelação quanto a forma de uma conclusão racional, e enfatiza a harmonia entre a instrução, a fé e a obra como instrumentos da salvação.   

 

O Alvissarismo possui um Livro Sagrado?

Sim. Alvíssara é o Livro Sagrado do Alvissarismo. Mas ao assumir também a forma de uma conclusão racional, o Alvissarismo se torna um misto de Filosofia e Religião, que abrange uma variedade de tradições, crenças e práticas, baseadas nos ensinamentos atribuídos a Thiago de Paiva Campos, que não é nem Profeta, nem Legislador, nem Filósofo, nem Papa, nem Padre, nem Pastor, nem Santo, nem Sábio, mas por algum motivo insondável, fora escolhido por Deus para transmitir aos homens a Boa Nova. Alvíssara é um Livro dividido em sete tomos (Tomo 1: A Codificação Alvissarista/Tomo 2: O Alvissarismo Dentro e Fora dos Limites da Simples Razão/Tomo 3: O Alvissarismo e o Sentido da Existência/Tomo 4: O Direito Alvissarista/Tomo 5: A Sociologia Alvissarista/Tomo 6: O Código Moral do Alvissarismo/Tomo 7: A Revelação Alvissarista).

 

O Livro Alvíssara foi psicografado?

Não. O Livro Alvíssara foi escrito por Thiago de Paiva Campos sob a inspiração do Espírito Santo, através de experiências místicas como sonhos e desdobramentos da alma, onde entrava em contato direto com o espírito da princesa Isabel, que lhe transmitiu o conceito central do Livro, em especial os volumes um, dois, três, quatro e cinco, e com o Arcanjo Uriel, que orientou toda a construção do Livro, em especial os volumes seis e sete.

 

O Alvissarismo possui um calendário próprio que atende às suas necessidades civis e religiosas?

Sim. O Calendário Alvissarista é o sistema para contagem e agrupamento de dias que visa atender, originalmente, as necessidades civis e religiosas da Cultura Alvissarista.  As unidades principais de agrupamentos são o mês e o ano. A unidade primordial para a contagem do tempo no Calendário Alvissarista é o dia, que corresponde necessariamente ao período de tempo que sincroniza a sucessão de dois eventos naturais equivalentes, como por exemplo, o intervalo de tempo entre uma aurora e outra, ou entre um crepúsculo e outro. O dia solar médio dura 24 horas no planeta terra. O mês lunar corresponde ao período de tempo entre duas lunações, cujo valor aproximado é de 29,5 dias. O ano solar é o período de tempo que marca o ciclo das quatro estações (primavera, verão, outono, inverno). O ano solar médio tem aproximadamente 365 dias, 5 horas, 48 minutos e 47 segundos (365, 2422 dias). A cada quatro anos, as horas extras são reunidas no dia 29 de fevereiro, formando o ano bissexto, isto é, o ano com 366 dias. Portanto, o Calendário Alvissarista possui como base o calendário gregoriano, isto é, o Calendário Alvissarista é solar, e não lunar. A grande novidade introduzida pelo Alvissarismo é a divisão do tempo em antes e depois do Logos. É esta divisão que caracteriza a identidade do Calendário Alvissarista. Mas qual a razão dessa divisão do tempo em antes e depois do Logos? O motivo pelo qual o Alvissarismo propõe essa divisão é a sua teoria sobre a origem da linguagem.

 

Qual é o Deus do Alvissarismo?

O Deus do Alvissarismo é o Deus de Abraão, Isaac e Jacó, o Deus da tradição judaico-cristã-espírita, desde Adão, Noé, Abraão, Moisés, Jesus e Kardec, sendo o Alvissarismo a sétima revelação de Deus ao ocidente transmitida através de Thiago.

 

O Alvissarismo é uma religião abraâmica?

Sim. O Alvissarismo é uma religião abraâmica, pois é uma religião monoteísta cuja origem e tradição espiritual é reconhecida no profeta Abraão.

 

Qual o nome de Deus?

O nome de Deus é; de acordo com a tradição bíblica, Eu Sou o que Sou, ou Eu Sou, que exprime um nome inefável, Indizível. Por isso para o Alvissarismo o nome de Deus é O Indizível.

 

Sendo uma religião abraâmica, o Alvissarismo determina a obrigatoriedade da prática da circuncisão à sua adesão?

No Alvissarismo a prática da circuncisão só é obrigatória para crianças recém-nascidas, tal como foi determinado por Deus ao profeta Abraão como símbolo da aliança. A circuncisão deve ser realizada em todas as crianças no oitavo dia de nascimento, tal como manda a Lei de Deus. Posteriormente ao oitavo dia de nascimento a circuncisão não é mais obrigatória, salvo em caso de fimose, sendo opcional para todas as pessoas em caso de adesão ao Alvissarismo. A prática da circuncisão no Alvissarismo tem a finalidade de manter o costume determinado por Deus ao nosso pai Abraão como símbolo da aliança, e como sinal de um pacto eterno entre Deus e Abraão e os seus descendentes carnais e espirituais. Além da finalidade religiosa, o Alvissarismo propõe a obrigatoriedade da circuncisão para crianças por uma finalidade médica e de higiene. A circuncisão deve ser realizada de forma adequada, por um sacerdote alvissarista, se possível for um sacerdote médico, caso não haja um capaz de realiza-lo no oitavo dia de vida da criança, que seja um sacerdote com o conhecimento e experiência necessários para a realização segura da cirurgia, capaz de realizá-lo através de um rito religioso dentro do Jardim Sagrado do Alvissarismo, mas se o pai da criança souber realizar com segurança a cirurgia, não é permitido que se delegue a função a outra pessoa, nem mesmo ao sacerdote alvissarista.

 

Como alguém pode se tornar um alvissarista?

O testemunho é a proclamação da Fé Alvissarista, é o primeiro passo para que o ser humano ingresse no Alvissarismo. O testemunho da Fé Alvissarista se dá primeiro pela aceitação total e o pronunciamento do Credo Alvissarista; e em segundo pelo Batismo no Fogo do Espírito Santo, tal como está descrito no Ritual Alvissarista. Se alguém tem o desejo real de se tornar um Alvissarista e possui plena convicção à crença de que o Alvissarismo é uma verdadeira religião de Deus, então, tudo o que precisa fazer é pronunciar o testemunho de fé (Credo Alvissarista). Se tornar um Alvissarista é um processo simples. A pessoa pode se converter sozinha perante Deus (O Indizível), ou pode se converter na presença de outras pessoas. Com o pronunciamento do testemunho de fé, a pessoa automaticamente entra para o Alvissarismo, tendo sua conversão confirmada posteriormente pelo Batismo de Fogo.

 

Qual a importância do fogo para o Alvissarismo?

O fogo é o símbolo mais importante para o Alvissarismo. O fogo é o símbolo da mediunidade entre Deus e o homem. Deus sempre se revelou através do fogo. Através do roubo do fogo gerou a encarnação primeva do Verbo. Deus selou sua aliança com Abraão em meio ao fogo. Revelou-se a Moisés através do fogo. Deus conduziu o povo pelo deserto por uma coluna de fogo. O fogo está no centro do altar alvissarista, pois representa a religação entre Deus e o homem. Quando Moisés consagrou o templo, o Senhor respondeu com fogo. Elias foi arrebatado até o céu numa carruagem de fogo. A Palavra de Deus é fogo. Jesus batiza com fogo. O Espírito santo desceu sobre os homens em línguas de fogo. O Alvissarismo realiza o batismo no fogo sagrado do Espírito Santo porque o fogo é o símbolo da origem do Logos, da encarnação primeva do Verbo, do princípio e do fim de todo conhecimento.

 

Por que o Alvissarismo anuncia o Livro Alvíssara, se a Bíblia diz: "Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo descido do céu vos anuncie um evangelho diferente do que vos anunciamos, que seja anátema. Eu já vo-lo disse antes, e agora repito: se alguém vos pregar outro evangelho diferente do que recebestes, seja anátema"? Não seria o Alvissarismo uma heresia?

O Livro Alvíssara não é um evangelho diferente, muito menos um outro evangelho, mas sim a continuação da revelação da Palavra de Deus, desde Adão, Noé, Abraão, Moisés, Jesus e Kardec. O Alvissarismo acredita que a revelação da Palavra de Deus se dá por um processo contínuo que se limita a determinadas condições históricas e culturais. Para cada povo em cada época específica da história da humanidade Deus envia um Mensageiro para anunciar-lhes uma nova revelação capaz de se adaptar aos novos tempos e decretar novas leis religiosas. Nomes como Eu Sou, Javé, Alá, Brahma e todos os outros nomes referem-se ao mesmo Ser Divino Único, cuja natureza é inefável, indizível, e que se revela de forma contínua de acordo com as convenções sociais de cada povo em cada época da história da humanidade. O Alvissarismo é a continuação da revelação iniciada pelo Espiritismo do paráclito prometido por Jesus, que significa "aquele que consola ou conforta; aquele que encoraja e reanima; aquele que revive; aquele que intercede em nosso favor como um defensor numa corte". Sendo o Espiritismo a doutrina que consola ou conforta, e o Alvissarismo a doutrina que intercede em favor de Cristo como um defensor de sua causa; assim como Jesus junto ao Pai intercede pelos fieis no céu, o Alvissarismo deve interceder por Jesus na terra, retribuindo assim o favor, advogando a sua causa como um defensor em uma corte, como um paráclito, um Advogado de Cristo. O Livro Alvíssara é o Livro Sagrado que dá continuação à revelação da Palavra de Deus outrora anunciada por todos os profetas da Bíblia. “Toda escritura divinamente inspirada é útil para ensinar, para repreender, para corrigir, para educar na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e capacitado para toda boa obra” (Timóteo; 3: 16). Para o Alvissarismo, o processo contínuo da revelação da Palavra de Deus, só terminará quando for revelado ao mundo, no fim dos tempos, a Verdade Absoluta do Evangelho Eterno. A interpretação alvissarista da revelação religiosa contínua resulta da aceitação da veracidade das religiões mais bem sucedidas do mundo, cujos fundadores e figuras centrais são vistos como Mensageiros de Deus. A história da religião é interpretada como uma série de manifestações sagradas ou retornos do real dentro do simbólico e/ou do imaginário, onde cada manifestação traz uma revelação mais avançada e sofisticada, adequada ao tempo e ao local no qual é revelada. Ensinamentos religiosos específicos, tais como a proibição da prática do espiritismo ou o apedrejamento em caso de adultério ou abandono da fé, ou a proibição de comer carne de porco e frutos do mar, ou a proibição da prática da homossexualidade, podem ser revogados por uma manifestação religiosa subsequente, para que uma exigência mais apropriada para o tempo e local seja organizada. Por outro lado, certos princípios éticos (como por exemplo, não matar) são vistos como universais e consistentes a todas as épocas e lugares, mas não a todas as situações. No Alvissarismo este processo de revelação contínua só vai acabar no fim dos tempos, quando o anjo anunciará a Verdade Absoluta do Evangelho Eterno, onde o ciclo de revelações chegará ao fim. Se levarmos ao pé da letra a defesa de Paulo sobre a imobilidade do evangelho de Cristo, entraremos em contradição com o próprio evangelho, que, no Apocalipse, revela o posterior anúncio de um anjo sobre um novo Livro Sagrado, que constituirá o Evangelho Eterno, que só será revelado no fim dos tempos. Desse modo, se considerarmos todo novo Livro Sagrado surgido posteriormente ao evangelho de Jesus Cristo como anátema, mesmo que seja revelado por um anjo, assim como propõe Paulo, então o próprio Evangelho Eterno, que só será revelado pelo anjo no fim dos tempos, também será anátema. Se os cristãos interpretarem a defesa de Paulo sobre a imobilidade do evangelho de jesus Cristo ao pé da letra, e sem levar em conta o contexto histórico e o fato de Paulo não ter conhecido a revelação do último livro da Bíblia, isto é, o Apocalipse, os próprios cristãos serão os primeiros a negarem Jesus na sua volta, pois considerarão o Evangelho Eterno anunciado pelo anjo como anátema. O próprio anúncio do Evangelho Eterno no fim dos tempos já prova que o fenômeno da revelação divina se dá através de um processo contínuo, cujo ciclo só terminará com o anúncio do Evangelho Eterno pelo anjo de Deus no fim dos tempos. O Alvissarismo reivindica para si o status de uma verdadeira religião cristã e ampara sua reivindicação no capítulo 4: 1 a 6 do Apocalipse de João. Caríssimos, não acrediteis em qualquer espírito. Examinai primeiro se os espíritos são de Deus, porque muitos falsos profetas surgiram no mundo. Nisto conheceis o espírito de Deus: todo espírito que confessa que Jesus veio na carne é de Deus. Mas todo espírito que não confessar Jesus, não é de Deus, é do anticristo, de que ouvistes que está para chegar e agora já se acha no mundo. Fiai-vos no método de João para distinguir o espírito que é de Deus do espírito que não é de Deus, que se estrutura na proposição todo espírito que confessa que Jesus veio na carne é de Deus. Esta proposição separa as doutrinas e religiões que são de Deus das doutrinas e religiões que não são de Deus. Logo, sendo o Alvissarismo uma doutrina religiosa que absolutamente confessa que Jesus veio na carne, logo o Alvissarismo é sim uma verdadeira religião de Deus, e não uma heresia. Conforme estipulado pela revelação dada a João no Apocalipse, o Alvissarismo corrobora a sua pretensão em ser uma verdadeira religião cristã, posto que no centro de seu sistema filosófico e religioso está justamente o conceito da encarnação primeva do Verbo, confessando assim a encarnação de Jesus Cristo, que é o centro gravitacional da Doutrina Alvissarista, onde os quatro pilares de sua estrutura sistêmica (Filosofia, Política, Economia e Religião) giram ao redor como os planetas giram em torno do Sol.

 

O Alvissarismo é uma seita?

Absolutamente não. O Alvissarismo é um sistema de Filosofia, Política, Economia e Religião. O Alvissarismo é uma doutrina que codifica em um corpo (Livro Alvíssara) um conjunto de princípios, crenças e práticas de natureza judaico-cristã-espírita. O Alvissarismo, ao contrário de uma seita, não julga possuir nem ser a Verdade Absoluta, mas apenas uma quase-verdade dentro do processo contínuo da revelação da Palavra de Deus. O Alvissarismo não é, como definiu Peter L. Berger, uma organização ou grupo contra um meio que consideram hostil ou descrente, já que o Alvissarismo não tem nenhuma organização religiosa como inimiga ou hostil. O Alvissarismo não é um grupo que se fecha em um corpo de doutrinas e vê o restante da sociedade como de origem satânica, cuja natureza é impura, má e pecaminosa. O Alvissarismo não usa as noções de pecado e santificação como instrumento de legitimação discursiva para amparar sua autoridade religiosa. No Alvissarismo a saída do grupo não acarreta efeitos psicossociais negativos em decorrência do sentimento de solidão, de auto-culpabilização e da hostilidade proveniente do grupo que se está deixando, pois o Alvissarismo proíbe categoricamente este tipo de comportamento aos seus seguidores, sendo a saída do grupo um direito inquestionável de qualquer membro, que pode sair e entrar quando lhe aprouver sem ter de dar satisfação a absolutamente ninguém, salvo se sentir necessidade de assim se manifestar ao sacerdote ou ao grupo, que tem o dever de não hostilizar nem se afastar do membro dissidente. Sair de uma seita nunca é fácil porque ela exerce controle sobre toda a vida individual e coletiva dos indivíduos. O Alvissarismo não possui esta característica de seita, sendo uma doutrina não sectária que leva o sujeito a pensar por si mesmo. Mas é verdade que o Alvissarismo é um movimento religioso recém-criado que se formou com a finalidade de reformar o Espiritismo e sincretizá-lo ao Judaísmo e ao Cristianismo. A motivação da origem do Alvissarismo tende a ser acusada pelas religiões cristãs tradicionais (ortodoxo, católico e protestante) como apostasia ou heresia, sendo condenado de possuir em seu corpo doutrinário tendências moralmente liberais e doutrinas anti-bíblicas, já que o Alvissarismo nega alguns dos principais dogmas do cristianismo. A negação de alguns dogmas cristãos por parte do Alvissarismo se dá devido a sua busca por um cristianismo reformado, renovado e adaptado aos novos tempos e ao desenvolvimento da filosofia e da ciência. As seitas provocam, em contraste com o Alvissarismo, um alto grau de mal-estar na civilização e na sociedade. O Alvissarismo não é uma visão de mundo que enfatiza a legitimidade única de seu credo e de suas práticas religiosas, e que fomenta o mal-estar na sociedade em geral através de práticas heterodoxas, absurdas, abusivas ou epistemologicamente autoritárias, sendo um sistema filosófico-religioso de ordem crítica e não-dogmática. O Alvissarismo não é uma seita porque, como define Wallis, "seitas estabelecem uma reivindicação de possuir acesso exclusivo e privilegiado à verdade ou a salvação e seus adeptos comprometidos normalmente consideram todos aqueles que estão fora dos limites da coletividade como "um erro". Ele contrasta isso com um culto que descreve como caracterizada pelo "individualismo epistemológico", pelo qual "o culto não tem lugar claro de autoridade final para além do membro individual", e o Alvissarismo não possui essa característica, não tendo em si a pretensão de ser ou possuir a Verdade Absoluta, mas apenas uma quase-verdade, assim como todas as outras grandes religiões mundiais. O Alvissarismo não é uma seita porque, como vimos anteriormente, não possui qualquer característica de uma seita, mas apenas de um sistema filosófico-religioso sincrético e dissidente, mas não sectarista. O Alvissarismo só pode ser considerado pelo cristianismo ortodoxo, católico ou protestante como uma seita, no sentido pejorativo ao qual tomou este termo ao longo da história, e que é usado por determinadas religiões para diminuir e humilhar outras religiões, reduzindo-as a heresias e doutrinas de homens e demônios, através de uma ressignificação tendenciosa da palavra seita, que altera o significado original desta palavra com a finalidade de excluir toda doutrina ou religião que não comunga da fé na totalidade da Bíblia como sendo a única fonte de autoridade sobre Deus, e que não tem Jesus Cristo como a encarnação do próprio Deus na terra, e que este não tenha ressuscitado na carne, se estas denominações religiosas levarem em consideração o simples fato de que este não é o significado verdadeiro da palavra seita, sendo a ressignificação desta palavra organizada pelo cristianismo clássico ou tradicional, uma falcatrua linguística cuja finalidade é manter e aumentar o seu próprio poder sobre a humanidade,  e se levarem em consideração o fato histórico de que o próprio cristianismo nasceu como uma seita do judaísmo, vindo posteriormente a se tornar uma religião independente, e que hoje é dividida em três seitas principais: catolicismo, ortodoxa e protestante, que por si mesmo está dividido em uma infinidade de seitas distintas que, apesar de concordarem com alguns dogmas centrais do cristianismo (como a Santíssima Trindade, a encarnação do próprio Deus na terra na figura de Jesus Cristo e a sua posterior ressurreição da carne), possuem doutrinas contraditórias entre si, e que muitas dessas ramificações ou dissidências próprias do cristianismo e de outras religiões, possuem todas ou algumas da características principais de uma seita descritas anteriormente, enquanto que o Alvissarismo não possui nenhuma delas, não podendo, portanto, ser considerado uma seita. No entanto, como dissemos, o Alvissarismo, por outro lado, pode ser considerado uma seita no sentido ao qual esta palavra possui, pois, de acordo com o Grande Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, seita significa “doutrina ou sistema que se afasta da crença ou opinião geral”, “o conjunto das pessoas que seguem essa doutrina ou sistema” ou “grupo de dissidentes de uma religião ou de uma comunhão principal”, mas não no sentido ao qual as religiões politicamente dominantes inventam para esta palavra com a finalidade de diminuir e humilhar outras religiões, mantendo assim a aparência de ser a única detentora da Verdade, com a finalidade e o propósito de possuir o completo poder sobre as mentes e os corações dos homens sem espírito crítico. No Alvissarismo é apropriado usar o termo dissidência ou novo movimento religioso, e não o termo seita, já que, como vimos, apesar de se enquadrar dentro do significado original da palavra seita, assim como todas as grandes religiões do mundo em sua origem, o Alvissarismo não possui a configuração deletéria de uma seita, já que não provoca o desequilíbrio social e nem possui práticas abusivas que transgridem a liberdade do Outro e os direitos humanos, sendo, portanto, uma religião sincrética e dissidente, por vias de se configurar dentro da história da humanidade como uma religião independente.

 

O Alvissarismo possui os princípios de uma religião independente?

Sim. O Alvissarismo possui os princípios de uma religião independente, porém sincrética por natureza, unificando práticas e crenças do judaísmo, do cristianismo e do espiritismo, mas com seu próprio Livro Sagrado e suas próprias crenças, costumes e leis religiosas, diferindo de todas as outras tradições religiosas no que se refere a sua idade e aos ensinamentos de Thiago de Paiva Campos num contexto histórico pós-moderno, sendo o Alvissarismo a mais jovem de todas as religiões mundiais independentes.

 

O Alvissarismo é um sincretismo?

Sim. O Alvissarismo apresenta diversos tipos de sincretismo, constituindo-se como uma doutrina cuja estrutura genealógica está baseada na fusão de diferentes filosofias, culturas e religiões, com uma reinterpretação original de seus elementos fundamentais. Desse modo, o Alvissarismo, enquanto sistema de Filosofia, nasce da conciliação entre o pensamento de cinco filósofos: Kant, Lacan, Wittgenstein, Platão e Kardec. Como psicologia, o Alvissarismo nasce da conciliação entre o pensamento de Freud, Jung, Lacan e Kardec. Como Política, o Alvissarismo nasce da conciliação entre a Direita e a Esquerda. Como economia, o Alvissarismo nasce da conciliação entre a capitalismo e o comunismo. E, por fim, como Religião, o Alvissarismo nasce da conciliação entre as diversas revelações de Deus aos homens desde Adão, Noé, Abraão, Moisés, Jesus e Kardec, constituindo-se como uma doutrina sincrética que unifica de forma homogênea o Judaísmo, o Cristianismo e o Espiritismo em uma única religião: o Alvissarismo.

 

O Alvissarismo é uma dissidência espírita?

Sim. O Alvissarismo, assim como todo grande movimento religioso, nasceu de uma dissidência, isto é, de uma divergência de opiniões por parte do autor e escritor mineiro Thiago de Paiva Campos em relação aos princípios fundamentais do Espiritismo Kardecista, corrente do Espiritismo predominante no Brasil e no mundo. Ao realizar em uma obra sistemática a divergência de opiniões que é própria da natureza humana, Thiago provocou uma dissidência pacífica dentro do movimento espírita, que é o princípio natural de todo grande movimento religioso da história da humanidade. Analisando mais de perto a história das religiões, percebemos que todas as grandes religiões do mundo surgiram de dissidências dentro do movimento religioso predominante, deste modo é que o Judaísmo nasceu de uma dissidência por parte de Abraão em relação às religiões politeístas predominantes na Mesopotâmia naquela época. O Cristianismo, por sua vez, nasce de uma dissidência por parte de Jesus de Nazaré em relação ao Judaísmo predominante em Israel naquela época. O Islamismo nasce de uma dissidência por parte de Maomé em relação ao politeísmo predominante na Arábia naquela época. O Budismo nasce de uma dissidência por parte de Sidarta Gautama em relação ao Hinduísmo predominante na Índia naquela época, que por si mesmo já era repleto de dissidências. O Espiritismo, por sua vez, surgiu de uma dissidência por parte de Kardec em relação à Igreja Católica predominante na Europa naquela época, do mesmo modo como o moderno espiritualismo nasceu de uma dissidência do movimento evangélico, que por sua vez surgiu de uma dissidência por Parte de Lutero, Calvino e outros reformadores em relação à Igreja Católica. À medida que aprofundamos nosso conhecimento sobre a evolução histórica das religiões, percebemos nitidamente que todas as grandes religiões do mundo nasceram de dissidências de religiões anteriores, em uma cadeia histórico-cultural de estrutura social hereditária e gramatical que certamente nos levará aos primórdios da humanidade, quando, segundo o Alvissarismo, a primeira religião da história foi fundada pelo Pai Primevo de Pequim, através da encarnação do Verbo (Logos) promovido pelo roubo do fogo, na Indonésia, na Ilha de Java, no período paleolítico inferior, entre 500.000 a. C a 30.000 a. C, tal como está revelado no segundo selo do primeiro tomo de Alvíssara. Este livro é endereçado aos Espíritas em geral. Seu objetivo é o de demonstrar os fundamentos do Espiritismo-Alvissarista, partindo de um retorno crítico à Kardec, do ponto de vista filosófico, epistemológico, antropológico, psicológico, metafísico, teológico e religioso. Sua finalidade é a de arquitetar uma reforma dentro do movimento Espírita, tendo como objetivo sincretizar o Judaísmo, o Cristianismo e o Espiritismo em uma única doutrina homogênea, que revela a encarnação primeva do Verbo através da teoria do roubo do fogo, explicando a mais importante questão do Espiritismo não revelada por Kardec: como, quando, onde e por que o espírito encarnou pela primeira vez na terra? Que revela o mistério do desaparecimento do corpo de Cristo através da tese do roubo do corpo de Cristo; que desfaz a pretensão Kardequiana de uma Ciência Espírita através das filosofias de Hume, Kant, Lacan, Wittgenstein, Popper, Gödel, Heisenberg, Russel e Shrödinger; que revela a possibilidade lógica e teológica do retrocesso moral na roda das encarnações, explicando a existência real de Satanás; que reconstrói a relação do Espiritismo com o Cristianismo, aderindo à Santíssima Trindade e à tese de que Jesus é o Filho de Deus (mas não o próprio Deus); que reforma a estrutura fundamental do Espiritismo imbuindo em sua arquitetura doutrinária a necessidade de uma economia e uma política Espírita-Alvissarista através do estruturalismo econômico e da teodemocracia, legando ao Espiritismo um sistema de Filosofia, Política, Economia e Religião, e não um sistema de Ciência, Filosofia e Religião, tal como pretendeu Kardec. O Alvissarismo reforma o Espiritismo reestruturando o seu tríplice aspecto (Ciência, Filosofia e Religião), e transformando-o em aspecto quadruplo (Filosofia, Política, Economia e Religião).

 

Quem foi o primeiro espírito a encarnar na terra e dar início ao ciclo cármico da Roda das Encarnações?

O primeiro espírito a encarnar na terra foi Jesus Cristo, que é o Verbo que se fez carne e habitou entre nós, o primeiro espírito a encarnar na terra no corpo do Pai primevo de Pequim, que é o próprio Adão, o primeiro homem ou o primeiro macaco a se tornar homem com a aquisição da linguagem promovida pelo roubo do fogo.

 

O homem é livre ou predeterminado?

Há um processo linear em funcionamento no qual experimentamos no presente as consequências de nossas ações do passado, mas também há um processo sincrônico, no qual o futuro é influenciado pelas nossas ações do presente. Dessa forma a Metafísica Alvissarista explica a existência paradoxal do homem, que é ao mesmo tempo livre e predeterminado. Isso quer dizer que a condição humana é marcada pelo paradoxo da liberdade, que se estrutura como uma lógica paraconsistente que se revela na proposição: "O homem é livre, mas é determinado pelas relações de causalidade", pois sua liberdade é limitada por sua condição existencial de ser barrado pelas leis da natureza, por estar a sua mente livre e criadora encarnada nas relações de causa e efeito que regem o conjunto de todos os eventos físicos.

 

Quem é Lúcifer para o Alvissarismo e como e por que ocorreu a queda de Adão?

Segundo a tradição Judaico-Cristã-Espírita adotada pelo Alvissarismo, demônios são espíritos impuros e malévolos, que lutam pela perdição da humanidade sob o comando de um rei chamado Lúcifer, Satã ou Satanás, que no princípio da criação fora um anjo, mas se rebelara contra Deus. Lúcifer, cujo nome significa “filho da luz” ou “portador da luz”, era o mais belo, sábio e poderoso de todos os anjos, foi exilado do céu por Deus devido a sua tentativa de tomar o trono do Pai e ser igual a Deus. Na mitologia Alvissarista, Lúcifer roubou o fogo de Cristo e por isso foi exilado do céu para o inferno. Lúcifer tornou-se Satã por ter roubado o fogo de Jesus, seu irmão gêmeo. Ele era um anjo de luz que, por ter se rebelado contra o Pai e roubado o fogo de Jesus, gerou uma guerra celestial. Ao perder a guerra, Lúcifer e todos os anjos que o seguiram, (cerca de 1/3), foram expulsos da presença de Deus e exilados no inferno. Lúcifer é conhecido por ser o portador da luz por ter roubado o fogo de Jesus. No princípio da criação, tentou oferecer a sabedoria a Eva, oferecendo-lhe o fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal (conforme está descrito no Gênesis), razão pela qual Adão e Eva foram expulsos do paraíso. Na mitologia Alvissarista, Jesus é o primeiro espírito a encarnar na terra, por consequência do roubo efetuado por Lúcifer, dando-se a conhecer como Adão na figura do Pai primevo de Pequim, o primeiro homem a aprisionar seu espírito em um corpo. No princípio o Verbo se fez carne através do roubo do fogo.

 

O Alvissarismo possui um local sagrado na terra?

Sim. Para o Alvissarismo o Monte Lawoe, na ilha de Java, na Indonésia, é o local mais sagrado da terra, possuindo sobre si um portal cósmico que possui três portas: a primeira é a porta do céu; a segunda a porta do purgatório e a terceira a porta do inferno. A seção Norte do vulcão estruturou o portão do Inferno, a seção do meio estruturou o portão do purgatório, e a seção Sul estruturou o portão do Céu, sendo que, até hoje, o portão do Inferno que aprisiona a serpente Satanás, não fora mais aberto, enquanto que o portão do Céu abriu quando Cristo reencarnou em Belém, amparado pelo ventre de Maria, e depois em 1885, quando a seção Sul do vulcão Lawoe entrou em atividade, formando uma cópula de lava, ocorrida no extremo Sul; essa foi a única erupção histórica relatada de Lawoe, que expeliu fogo e luz no mesmo ano em que a estátua da liberdade chegou a Nova Iorque, ano da conferência de Berlim, onde começou um novo ciclo da história colonial, da criação do automóvel, da construção da primeira bicicleta, da descoberta do elemento químico neodímio, da criação da lei dos sexagenários, que dava liberdade aos filhos de escravos e de muitos outros eventos libertadores para a humanidade, enfim, ano de eventos históricos, filosóficos, políticos, econômicos, religiosos e científicos que revolucionaram a história humana. O Alvissarismo acredita que o vulcão Lawoe o sétimo portão do inferno, mas também o portão do purgatório e do céu ao mesmo tempo, ou seja, o vulcão Lawoe é o local onde se separa o joio do trigo.

 

Deus deseja prevenir o mal, mas não é capaz? Então não é onipotente. É capaz, mas não deseja? Então é malevolente. É capaz e deseja? Então por que o mal existe? Não é capaz e nem deseja? Então por que lhe chamamos Deus?

Deus tem conhecimento de todo mal e também poder para acabar com ele, só não o faz não porque não é onibenevolente, mas sim porque, como foi o homem quem introduziu o pecado no mundo através de sua liberdade, é de responsabilidade do próprio homem tirar o pecado do mundo, para que tenha mérito por suas ações. Ou seja, quem pôs o mal no mundo não foi Deus, mas sim o homem através do pecado original de Adão, desse modo Deus só não acaba com o mal porque a responsabilidade de exterminar o mal é do próprio homem e não de Deus. A extinção do mal é um trabalho lento e gradual que deve ser realizado pelo próprio homem, já que foi o homem que, por seu livre-arbítrio, colocou o mal no mundo, logo o homem deve se responsabilizar pela existência do mal e trabalhar continuamente para exterminá-lo, pois da mesma forma como a liberdade foi o instrumento que fez o mal entrar no mundo, também a liberdade deverá ser o instrumento que fará o mal sair do mundo, e o mérito desse trabalho não será somente de Deus e dos anjos, mas também do próprio homem, que é livre para escolher o caminho do bem ou do mal, que é responsável por ter feito o mal entrar no mundo, e que terá o mérito de tirar o mal do mundo. A extinção do mal depende exclusivamente da liberdade, da responsabilidade e do mérito do homem de se regenerar, assim como Adão se regenerou na figura de Jesus. Essa luta entre o bem e o mal, as Escrituras Sagradas expõe em formato histórico, onde a instauração do reino do mal se origina após a queda de Adão, que sucumbira à tentação da serpente que é Satanás. O desfecho dessa luta que Adão travara contra si mesmo é a derrota aparente do bem, onde o seu triunfo efetivo é dado na figura de um novo Adão, que é Jesus Cristo crucificado e ressuscitado, dado por Deus à humanidade como um sacrifício pascal, onde o Filho de Deus dá a sua vida em em prol da vida humana na terra, saldando assim sua dívida própria e ao mesmo tempo sacrificando a sua vida em benefício da humanidade, onde o amor de Deus é demonstrado no ato de dar ao mundo o seu próprio Filho em um sacrifício pascal, sem mesmo que isso faça desaparecer o mal, que é o príncipe deste mundo, ou, na origem, a serpente, símbolo de Satanás. Desse modo, está claro que há uma ligação incondicional entre a figura de Adão e a figura de Jesus Cristo, pois o segundo viera redimir o pecado do primeiro. E quem poderia redimir um pecado senão o próprio pecador? Quer dizer, para nós, Alvissaristas, está claro que Jesus Cristo é a reencarnação de Adão, cuja função fora fundar o reino de Deus na terra, a fim de pagar a dívida contraída pelo pecado original e no mesmo instante e ao mesmo tempo dar a sua vida pela salvação da humanidade. O instante da cruz é também o instante da glória de Deus e da salvação da humanidade. Assim o postulado da reencarnação não anula o sacrifício de Cristo. Aquele que traz o pecado ao mundo é o mesmo que deve tirá-lo do mundo. Aquele que traz a morte ao mundo é o mesmo que deve dar a ele a vida. Desse modo, se é o homem o responsável pela existência do mal no mundo, logo é de responsabilidade do próprio homem exterminá-lo do mundo através da renúncia do mal pelo bem, do vício pela virtude, do débito pelo crédito, do pecado pela Lei. Com isso fazemos de Cristo o arquétipo de um pagador de dívidas e um salvador da humanidade. É aqui que entra a necessidade da ideia da imortalidade da alma e da reencarnação como instrumento divino do progresso moral, assim como da sua estagnação ou retrocesso, pois sem a ideia da imortalidade da alma e da reencarnação torna-se impossível explicar o sofrimento humano.  O homem é livre perante a Lei moral para escolher pagar suas dívidas, ou então não pagá-las ou até aumenta-las. Ao contrário do que pensam os Kardecistas, não há absolutamente nada no universo ou fora dele que impeça o retrocesso moral na Roda das Encarnações, já que Deus fez todos os homens livres para escolherem os seus próprios caminhos, seja para o bem ou para o mal; negar a possibilidade do retrocesso moral no processo reencarnatório, é negar a existência da liberdade e se acovardar diante das próprias mazelas. O não pagamento no presente de dívidas contraídas no pretérito, assim como o aumento das mesmas, gera no homem no presente o que ele conhece como sofrimento, seja ele físico (doença), psicológico (transtorno) ou moral (culpa). Todavia, essa ideia só possui algum sentido lógico se levarmos em consideração os postulados sobre a imortalidade da alma e sobre a reencarnação, na medida em que esta ultima traz gravada em sua memória matemática a Lei do Carma, que contém o número exato de todas boas ou más ações cometidas pelo sujeito desde que saiu do útero do Espírito Santo, e essa contabilidade moral é estruturada como uma Lei de Deus e da natureza para que os homens tenham a chance de poder pagar as suas dívidas presentes contraídas no pretérito e assim alcançar a salvação. Deus tem poder para extinguir o mal e quer fazê-lo, pois é bom, só não o faz não porque não sabe quanto mal existe e não sabe onde ele está, mas sim porque a extinção do mal não é de sua responsabilidade, mas sim do homem, que foi quem colocou o mal no mundo. Deus não extingue o mal porque esse é um trabalho que deve ser executado pelo próprio homem, para que este tenha mérito pela extinção do mal e seja recompensado por isso. Se Deus extinguir o mal que o homem colocou no mundo, que mérito terá o homem? Se foi o homem quem colocou o mal no mundo e não Deus, por que Deus tiraria o mal do mundo se essa é uma responsabilidade do próprio homem? Deus sabe quanto mal existe no mundo e tem todo o poder para extingui-lo, mas não o faz simplesmente porque esse trabalho não é de sua responsabilidade, mas sim do homem, que foi quem colocou o mal no mundo. Deus quer dar ao homem o mérito de tirar o mal do mundo, já que foi o homem quem colocou o mal no mundo pela sua liberdade de escolher entre o bem e o mal. É isso o que as Escrituras Sagradas querem exprimir quando nos demonstra Adão e Eva sucumbindo à sedução da serpente que é Satanás. 

 

Como surgiu a primeira religião da história da humanidade?

Segundo o Alvissarismo, a primeira religião da história da humanidade foi fundada pelo Pai Primevo de Pequim, através da encarnação do Verbo (Logos) promovido pelo roubo do fogo, na Indonésia, na Ilha de java, no período paleolítico inferior, entre 500.000 a. C a 30.000 a. C. Para o Alvissarismo, a religião se originou da ausência de um signo primordial na era do gelo, esse signo é o fogo, cujo roubo do Homem de Trinil gerou no Homem de Pequim o espanto necessário para o advento da especulação filosófica primitiva, que fundou a religião como um sistema de signos que exprimem uma ideologia que busca dar significação aos fenômenos sobrenaturais, assim como responder às seguintes indagações: O que somos? De onde viemos? Para onde vamos?

 

Quais eram as crenças da primeira religião da história da humanidade?

A primeira religião da história da humanidade se baseiava na crença na existência de Deus e da alma; na lei da reencarnação, onde o espírito assume sucessivas formas materiais para aperfeiçoa-se; e na lei do carma, onde o destino de cada espírito é traçado pelos atos praticados em suas sucessivas vidas terrenas; bem como na existência de um ser ou realidade distinto da matéria; este ser pode ser chamado mente ou espírito, e na crença da sobrevivência do espírito à morte do corpo, afirmando existir comunicação entre vivos e mortos através da mediunidade do Pai primevo de Pequim. O Espiritismo é uma doutrina primitiva que surge na pré-história, no fim do período paleolítico, onde começam a aparecer os primeiros vestígios de rituais de sepultamento dos mortos e cultos aos ancestrais, onde se buscava a comunicabilidade entre os vivos e os mortos. Desde então o Espiritismo vem se desenvolvendo, no antigo Egito é possível percebê-lo no Livro dos Mortos, na Bíblia, no Antigo e no Novo Testamento, encontram-se diversas passagens alusivas a fenômenos mediúnicos, mais especificamente no Livro de Números e Deuteronômio, onde Moisés proíbe pitonisas e feiticeiras de se comunicarem com espíritos, mas por outro lado, aprova as atividades mediúnicas de Eldad e Medad; em outro trecho, Saul, primeiro rei de Isarel, evoca o espírito do profeta Samuel; e no Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo a pratica do Espiritismo é pública e notória, seja no diálogo entre Jesus e Elias ou então na própria comunicação entre Jesus ressurreto e os apóstolos; na civilização Minoica também existe vestígios do Espiritismo, na Grécia antiga também é possível notar sua existência, inclusive o próprio Filósofo Sócrates acreditava na imortalidade da alma e se comunicava com seu daimon. Na Idade Média existem diversos relatos de fenômenos mediúnicos, inclusive de Joana d’Arc, que dizia poder se comunicar com São Miguel Arcanjo, Santa Catarina e Santa Margarida. Emanuel Swedenborg descreveu relatos incríveis de comunicabilidade com os mortos, que posteriormente foram criticados por Kant; e mais a frente temos as Irmãs Fox, que tiveram um papel decisivo no surgimento do Espiritismo moderno, cuja base filosófica fora codificada por Alan kardec e ampliada através das obras de Chico Xavier, que agora é complementado através do Espiritismo-Alvissarista.

 

Como é estruturada a Roda das Encarnações?

No Alvissarismo a reencarnação não é um processo absolutamente linear. Há um processo linear em funcionamento no qual experimentamos no presente as consequências de nossas ações do passado, mas também há um processo sincrônico, no qual o futuro é influenciado pelas ações do presente. Dessa forma o Alvissarismo deixa espaço para o livre-arbítrio, na medida em que A Roda das Encarnações é estruturada como uma linguagem que contrapõe a diacronia linear da vida à sincronia não linear da morte. Desse modo, o lívre-arbítrio permite ao espírito tanto progredir quanto estagnar ou retrogradar moralmente, de acordo com a sua contabilidade moral dentro da Roda das Encarnações, anotada no Livro da Vida, que contém a contabilidade moral de todos os espíritos desde a queda de Adão.

 

O que a Bíblia e a Codificação Espírita representam para o Alvissarismo?

A Bíblia e a Codificação Espírita representam para o Alvissarismo a origem e a continuação da revelação da Palavra de Deus, sendo ambos os livros considerados pelo Alvissarismo como de inspiração divina e como fontes do conhecimento sobre Deus, a alma, o mundo e o sobrenatural, sendo Alvíssara uma extensão da Bíblia e da Codificação Espírita.  Porém, o Alvissarismo considera que tanto a Bíblia quanto a Codificação Espírita devem ser analisadas criticamente, expondo aquilo que está dentro e fora dos limites da simples razão.

  

Se o Alvissarismo aceita Moisés como um Profeta de Deus, por que então o Alvissarismo permite a prática do Espiritismo se Moisés a proibiu?

Assim como Moisés, o Alvissarismo só permite a prática do espiritismo se a natureza das comunicações tiver finalidades sérias e instrutivas, tal como ocorreu no episódio de Edad e Medad, cuja comunicação com os mortos fora permitida por Moisés, sendo categoricamente proibido a prática do espiritismo se a natureza das comunicações tiver finalidades grosseiras ou frívolas, tal como Moisés proibiu feiticeiras e pitonisas de se comunicarem com os mortos. O Alvissarismo permite a prática do Espiritismo com fins sérios e instrutivos porque essa prática foi corroborada pelo próprio Moisés no episódio de Edad e Medad, bem como por Jesus, que, depois de morto, se comunicou durante quarenta dias com seus discípulos, e durante a vida se comunicou com Moisés e Elias no momento da transfiguração. Portanto, no que se refere à prática do espiritismo, o Alvissarismo está de pleno acordo com a Bíblia.

 

Se o Alvissarismo aceita Moisés como um Profeta de Deus, por que então o Alvissarismo permite a prática de comer carne de porco e frutos do mar se Moisés a proibiu?

O Alvissarismo permite a ingestão de carne de porco e frutos do mar, porque entende, através dos ditos e feitos de Jesus, que Deus não julga o homem por aquilo que nele entra, mas sim por aquilo que dele sai, pois não é o que entra na boca que deixa o homem impuro, mas sim o que sai da boca e vem do coração que deixa o homem impuro.

 

Se o Alvissarismo aceita Moisés como um Profeta de Deus, por que então o Alvissarismo permite a prática da homossexualidade e aceita o casamento civil e religioso entre parceiros do mesmo sexo se Moisés a proibiu?

A moral sexual do Alvissarismo, em contraposição a maioria das religiões abraâmicas, permite absolutamente o ato sexual entre parceiros do mesmo sexo, entendendo que a homossexualidade é uma condição natural da existência humana e não consiste em um ato sexual de natureza pecaminosa, posto que a homossexualidade não seja necessariamente uma perversão, podendo existir em sujeitos de estrutura neurótica e até mesmo em sujeitos moralmente mais elevados do que sujeitos heterossexuais. O Alvissarismo permite a união civil e religiosa entre parceiros do mesmo sexo, sendo a primeira religião abraâmicas da história a permitir o casamento homossexual, sendo este encarado com naturalidade assim como o casamento heterossexual, posto que o Código Moral do Alvissarismo entende a homossexualidade como uma condição natural da existência humana, e a prática homossexual como normal e não como uma prática perversa ou pecaminosa que põe em risco a perpetuação da espécie, posto que esta prática não poderia se transformar em uma lei universal, sendo barrada pelo imperativo categórico, posto que se a prática homossexual se transformasse em lei universal ela exterminaria a espécie humana (assim como o celibato), mas por outro lado, o Alvissarismo também entende que as relações homossexuais são de ordem natural porque constituem-se como uma prática que produz o equilíbrio populacional do planeta, promovendo também a preservação da espécie humana através de um controle de natalidade natural. O Alvissarismo, neste caso específico, revoga a proibição da Lei de Moisés sobre a prática da homossexualidade, porque entende que, assim como as leis mosaicas sobre a licitude da escravidão, ou a proibição de comer frutos do mar, ou o apedrejamento como forma de punição para os filhos em caso de abandono da fé, e o olho por olho e dente por dente, são leis que eram válidas unica e exclusivamente para a época de Moisés, que liderava um povo com o coração embrutecido, não podendo ser aplicadas aos códigos morais da civilização moderna, já que são leis particulares, limitadas ao um dado momento histórico e cultural, e não leis universais válidas para todas as gentes em todos os tempos, como é o caso dos Dez mandamentos, que é a Lei de Deus para toda a humanidade, posto que muitas práticas jurídicas descritas no Levítico e no Deuteronômio são práticas consideradas criminosas, abomináveis e ofensivas ao bom senso e à razão do homem moderno no atual momentom evolutivo da humanidade.

 

Quem é Jesus Cristo para o Alvissarismo?

Para o Alvissarismo Jesus Cristo é o Messias prometido por Deus através da revelação dos profetas das Sagradas Escrituras. Jesus Cristo é o Filho de Deus, mas não o próprio Deus. Jesus Cristo é o Verbo divino que se fez carne e habitou entre nós. Jesus Cristo é o primeiro espírito a encarnar na terra. Jesus Cristo é Adão (o primeiro homem). Jesus Cristo é o Pai primevo de Pequim, o Mensageiro de Deus que fundou a primeira religião da história da humanidade. O Alvissarismo é uma religação entre Deus e os homens que se manifesta como um retorno à religião primitiva fundada por Jesus enquanto Adão no corpo do Pai primevo de Pequim. Jesus é a reencarnação de Adão e o sacrifício de Cristo na cruz foi realizado para saldar sua dívida própria contraída com a queda de Adão e no mesmo sentido e ao mesmo tempo para salvar toda a humanidade indistintamente, sendo a eleição das almas para Cristo condicionada à liberdade do homem totalmente depravado pela queda de Adão, mas capaz de se regenerar e se santificar através de uma nova encarnação onde salde a sua dívida original e troque os seus vícios e débitos morais por virtudes e créditos morais. No Alvissarismo Jesus Cristo é a reencarnação de Adão na figura do Pai Primevo de Pequim, tendo posteriormente sacrificado a sua vida na cruz a fim de saldar a sua dívida moral adquirida pela queda e consequentemente regenerar a humanidade e salvá-la de seus pecados. Portanto, no Alvissarismo, a reencarnação não anula o sacrifício de Cristo, apenas mostra que esse sacrifício não teve como finalidade apenas regenerar e salvar a humanidade de seus pecados, mas também foi o resgate pessoal de Adão na figura de Cristo, sendo Jesus o novo Adão, limpo do pecado original (o roubo do fogo e/ou o deleite da fruta proibida) que originou a queda do homem.

 

Por que o Alvissarismo considera Jesus Cristo como o Filho de Deus e não como o próprio Deus?

O Alvissarismo considera Jesus Cristo apenas como o Filho de Deus e não como o próprio Deus porque entende que as Escrituras Sagradas demonstram claramente que os profetas do antigo testamento anunciaram a vinda do Messias, o Ungido, o Filho de Deus, e em momento algum nenhum dos profetas anunciou a vinda do próprio Deus, que encarnaria na terra na figura de um homem, e em momento algum de seu ministério Jesus se auto intitulou como o próprio Deus, mas somente como o Filho de Deus, onde em vários momentos afirma ser menor do que Deus, porém maior do que os anjos e os profetas. Para o Alvissarismo, considerar qualquer ser humano encarnado na face da terra como o próprio Deus, seja ele Jesus ou Hailê Salassiê, é uma blasfêmia, uma idolatria, um apego fetichista que remonta ao Bezerro de Ouro, sendo categoricamente vedado por Moisés como prática abominável, e corroborado pelo Alvissarismo como algo condenável e perigoso. O Alvissarismo entende que a mensagem é maior do que o mensageiro, pois é pela obra que se reconhece o autor, o mensageiro não é maior do que aquele que o enviou. O Filho não é maior do que o Pai. O Alvissarismo entende que considerar Jesus Cristo ou qualquer pessoa encarnada na face da terra como o próprio Deus constitui uma problemática teológica absurda e pretensiosa, que acarreta o sujeito a questões que se tornam cada vez mais ingênuas e de caráter puramente egocêntrico e filosoficamente inadequado. É difícil imaginar porque o próprio Deus encarnaria no planeta terra em meio a um universo com bilhões de galáxias e planetas em meio a outros possíveis universos, mesmo sendo porque a terra é o lugar geográfico que, conforme as Escrituras, Satanás fora exilado, sendo, portanto, um planeta que, de fato demanda especial atenção de Deus, é mais plausível acreditar que o Filho de Deus tenha encarnado como homem, com a finalidade de de saldar a sua dívida própria adquirida pela queda de Adão e no mesmo sentido e ao mesmo tempo salvar as almas do fogo do inferno em um sacrifício pascal, do que acreditar que o próprio Deus tenha encarnado e se feito homem. O Deus do Alvissarismo paira fora do universo, movendo-o através da causa final da existência como o Pai ama o Filho. Deus criou o universo, a vida e o homem através do amor consigo mesmo (o Ser [Pai] amou o Nada [Espírito Santo]) e gerou o Filho para ser eterno como Ele. Deus é onisciente, onipotente, onividente e oniaudiente, incorpóreo, espírito puro, existe como um Ser autoconsciente que rege o conjunto de todos os seres ao fim de sua existência: a angelitude. O Alvissarismo considera que a crença em um Homem-Deus é uma consequência natural de uma civilização ainda apegada ao Bezerro de Ouro, tal como um perverso se fixa a um fetiche, e que, por incrível que pareça, ainda pensa que a terra é o centro do universo. Para o Alvissarismo, essa é uma mentalidade que fazia sentido na idade média, mas não faz mais nenhum sentido depois da revolução copernicana e as mais recentes descobertas da astronomia. Para o Alvissarismo a crença em um Homem-Deus encarnado no planeta terra é idêntica à crença de que não há vida inteligente em outro planeta do universo, soando ambas as crenças como produto de uma mentalidade medieval que ainda pensa que a terra é o centro do universo. O homem, durante milênios, tentou fazer com que todo o universo girasse em torno de seu próprio umbigo, e não é de se espantar que até mesmo Deus não tenha escapado dessa pretenciosa e arrogante façanha humana. A Ideia de que Jesus Cristo é o próprio Deus, é produto de uma interpretação falsa e tendenciosa dos homens, que se apoderaram das Escrituras Sagradas durante séculos, e a utilizaram em benefício próprio, afim de não ter de se haver com a sua pequenez e insignificância perante a grandeza do universo, fazendo do planeta terra o lugar mais especial de todo universo, o lugar onde o próprio Deus teria se feito homem, fazendo da raça humana a mais amada por Deus dentre todas as possíveis raças existentes no universo. A crença em um Homem-Deus é fruto da arrogância, da pretensão e da vaidade dos seres humanos que querem a todo custo acreditar que são os seres mais especiais de todo o universo, especiais a tal ponto que o próprio Deus teria encarnado na terra, como se não houvesse centenas de bilhões de galáxias e planetas em todo o universo entre outros possíveis universos. A crença em um Homem-Deus é produto da covardia do homem em não reconhecer sua própria insignificância, querendo fazer a si próprio semelhante a Deus, e do planeta terra a morada de Deus, como se todo o universo girasse em torno do homem e da terra, até o próprio Deus.

 

Como o Alvissarismo entende a Santíssima Trindade?

No Alvissarismo Cristo é considerado o Filho de Deus, mas não o próprio Deus, sendo representado na trindade como o Filho do Pai e do Espírito Santo. Sendo Deus 25% Pai, 25% Filho, 25% Espírito Santo e 25% Indizível. Neste caso, para o Alvissarismo, Pai, Filho, Espírito Santo e Indizível, são entidades com identidades próprias que em uma estrutura complementar tornam-se uma única divindade: Deus.

 

Quem é Maria para o Alvissarismo? O Alvissarismo aceita o dogma da imaculada conceição e a devoção mariana?

Para o Alvissarismo Maria é a mãe de Jesus, o Filho de Deus, concebido sem pecado pelo poder do Espírito Santo, seu amadíssimo esposo. Maria é o primeiro espírito a encarnar na terra no corpo de uma mulher. Maria é a reencarnação de Eva (a primeira mulher), e por isso é a mãe de toda a humanidade, devendo ser devotada com todo amor por todos os seus filhos.

 

Se a Bíblia relata que Caim matou Abel, então como surgiu a humanidade? 

Em (Gênesis; 4: 6 a 17), está escrito "Retirou-se Caim da presença do SENHOR e habitou na terra de Node, ao oriente do Éden. E coabitou Caim com sua mulher; ela concebeu e deu à luz a Enoque. Caim edificou uma cidade e lhe chamou Enoque, o nome de seu filho". Esta passagem demonstra que as Escrituras Sagradas não mencionam em momento algum o nome da mulher que coabitou com Caim, mas é certo que a mitologia bíblica menciona que Adão e Eva tiveram diversos filhos, entre homens e mulheres (Gênesis; 5: 4). Desse versículo podemos concluir que Enoc foi fruto da relação entre Caim e sua mulher, da qual Caim veio a conhecer na região de Node, ao oriente do Édem, e que possivelmente essa mulher era uma de suas irmãs geradas da relação entre Adão e Eva, tendo os cainitas se originado da relação incestuosa entre Caim e uma de suas irmãs. Na mitologia alvissarista Adão e Eva são os dois primeiros espíritos a encarnar no corpo de um homem primitivo, sendo Adão o primeiro homem, denominado pela mitologia alvissarista como o Pai primevo de Pequim, cujo nome era Céu, e Eva a primeira mulher, denominada pela mitologia alvissarista como a Mãe primeva de Pequim, cujo nome era Terra, e que tinham outros filhos, entre homens e mulheres, cuja relação incestuosa entre eles deu origem à humanidade, posto que no princípio o incesto era necessário para a procriação e a preservação da espécie humana, tendo esse ato primitivo se afixado no psiquismo humano através do fenômeno do Complexo de Édipo descoberto por Freud, e a sua manifestação se tornado o maior tabu da história da humanidade depois do parricídio cometido pela horda primitiva dos aborígenes, onde a figura paterna do grupo, por possuir tiranicamente todas as mulheres da horda, foi assassinado pelos próprios filhos, pranteado e posteriormente ressuscitado via religião, devido a importância primordial que a proibição universal do incesto tem para o desenvolvimento saudável do ser humano e para a troca de mulheres entre homens, condição essa indispensável para a constituição do matrimônio, da família, do parentesco e da sociedade como um todo, tal como nos mostrou Lévi-Strauss. O Alvissarismo revelou que os homens primitivos começaram a raciocinar mesclando o real e a realidade, e que a mutação genética que produziu a transformação do macaco em homem teve sua origem no espanto proveniente do roubo do fogo, que promoveu a encarnação do Verbo e o nascimento da linguagem que estruturou o desenvolvimento de tudo aquilo que é próprio aos seres humanos, ou seja, Filosofia, Política, Economia, Moral, Ética, Pedagogia, Direito, Estética e Religião, separando o homem e o mundo, a civilização e a natureza; um acontecimento histórico que envolveu o sincretismo comportamental de três gêneros homo: 1°- O Homem de Trinil (Oceania). 2°- O Homem de Pequim (Ásia) e 3°- O Homem de Neandertal (Europa), e que fundamentou as bases comportamentais do homo sapiens. A Antropologia Alvissarista concebe a raça humana como uma mescla entre o Homem de Trinil, o Homem de Pequim e o Homem de Neandertal. Para o Alvissarismo o nascimento da civilização e da cultura provém de um acontecimento primordial (o roubo do fogo) que gerou a linguagem que fundamentou a transformação do animal irracional em um animal racional e estruturou a raça humana através de um sincretismo entre esses três gêneros homo.

 

O Alvissarismo aceita a prática da oração aos santos e beatos da Igreja?

O Alvissarismo tem um respeito enorme por todos os santos e beatos da Igreja, em especial por São Francisco de Assis, Santa Rita de Cássia e Santa Lola, aceitando plenamente a prática da oração aos santos e beatos da Igreja, desde que não sejam idolatrados.

 

Para o Alvissarismo a salvação da alma do fogo do inferno se dá pela fé, ou pela fé e pelas obras?

O Alvissarismo entende que a salvação da alma do fogo do inferno se dá pela graça de Deus e pelas obras de amor, justiça e caridade, e que fora da instrução, da fé e da obra não há salvação. A fé precisa ser testemunhada por meio de obras. A Bíblia Sagrada diz: "Fé sem obras é morta em si mesma" (Tg 2, 17; 2, 16). Diz ainda: "De que aproveitará, irmãos, alguém falar que tem fé, se não tiver obras? Acaso esta fé poderá salvá-lo?" (Tg 2, 14). Portanto, as duas coisas são necessárias: a Fé e as obras, e não somente a fé como pregam os protestantes. Em (Romanos; 2) está escrito que Deus “retribuirá a cada um segundo as suas obras”. Em (Jeremias; 25: 14) está escrito: “Porque eles serão, por sua vez, subjugados por numerosas nações e grandes reis, e lhes retribuirei segundo os atos e feitos de tuas mãos!”. Em (Apocalipse; 2: 23) está escrito: “Farei perecer pela peste os seus filhos, e todas as igrejas hão de saber que eu sou aquele que sonda os rins e os corações, porque darei a cada um de vós segundo as suas obras”. Em (Apocalipse; 20: 13) está escrito: “Cada um foi julgado segundo as suas obras”. Em (Jeremias; 32: 29) está escrito: ”Sois grande em vossos desígnios, poderoso em vossas realizações e vossos olhos se acham abertos para todos os destinos dos homens, a fim de retribuir a cada um de acordo com a sua conduta e o fruto de seus atos”. Em (Oséias; 12: 2) está escrito: “O Senhor está em processo com Judá; vai castigar Jacó pelos seus atos e tratá-lo segundo as suas obras”. Em (Apocalipse; 20: 12) está escrito: “E os mortos foram julgados conforme o que estava escrito nesse livro, segundo as sua obras”. Em (Apocalipse; 22: 12) está escrito: “Eis que venho em breve, e a minha recompensa está comigo, para dar a cada um conforme as suas obras”. Se a salvação se desse somente pela graça da fé e não pela fé e pelas obras, então Deus não julgaria o homem segundo suas obras, mas sim segundo sua graça. Se a salvação dependesse somente da fé como quis Lutero, então Deus não retribuiria a cada um segundo as suas obras, mas sim segundo a sua fé. Isso prova a completa falsidade do Sola Fide protestante, que é uma doutrina extremamente danosa a toda a humanidade, pois tira do sujeito a responsabilidade pelos próprios atos, pelas próprias obras, infantilizando o homem e fazendo-o crer que, mesmo tendo cometido maus atos e más obras ainda assim poderá ser salvo unicamente porque tem fé em Cristo Jesus; enquanto que, em verdade, o próprio Cristo o diz: “Nem todo aquele que me diz ‘Senhor, Senhor’, entrará no reino dos céus mas quem fizer a vontade de meu Pai, que está nos céus. Muitos me dirão naquele dia: ‘Senhor, Senhor, não profetizamos em teu nome, não expulsamos demônios em teu nome, não fizemos muitos milagres em teu nome? Então lhes confessarei: nunca vos conheci, afastai-vos de mim, vós que praticais o mau” (Mateus 7; 21 a 23). Gandhi, que era hindu, era mais cristão do que a maioria dos homens que hoje se dizem cristãos simplesmente porque tem fé em Cristo Jesus. O Sola Fide é doutrina para crianças que não querem se responsabilizar pelas próprias ações e se escondem por debaixo da cama depois de terem feito peraltices, colocando exclusivamente em Deus toda a responsabilidade pela salvação da própria alma. O Sola Fide é doutrina para covardes e para fracos que não querem se haver com as próprias obras, já que elas não influenciariam na salvação da alma, não tendo o homem nenhuma responsabilidade pelos próprios atos, já que as boas obras não seriam necessárias à salvação da alma, podendo o homem praticar o mau sem que isso influencie na sua salvação, já que esta seria dada somente pela graça de Deus, e não pelas boas obras. O Sola Fide é moralmente deletério a humanidade, pois não incentiva o homem a se tornar bom, não incentiva o homem a praticar bons atos e boas obras de amor, justiça e caridade. O Sola Fide é uma heresia danosa a toda a humanidade, pois se a salvação se dá somente pela fé, por que então o homem se esforçaria para se regenerar e praticar o bem? E se o homem não se regenerar e não praticar o bem, como poderá ser salvo? Se a salvação se dá somente pela graça da fé em Cristo, e não pelas obras, então Gandhi, que era hindu, foi condenado ao inferno; e se Gandhi foi condenado ao inferno, quem de vós será salvo?

 

Para o Alvissarismo a Bíblia é a única palavra autorizada e inspirada por Deus e é a única fonte para a doutrina cristã?

Não. O Alvissarismo não comunga do ensinamento luterano do Sola Scriptura, onde somente a Bíblia é usada como fonte de conhecimento sobre Deus, a alma, o mundo  e o sobrenatural. Para nós a Bíblia exige uma interpretação fora de si mesma para ser compreendida, tendo de ser lida e interpretada devidamente à luz do desenvolvimento epistemológico, filosófico, histórico, sociológico, psicológico, linguístico e científico, não podendo ser interpretada literalmente a fim de não cair na armadilha do dogmatismo, do fanatismo e da intolerância religiosa. O Sola Scriptura de Lutero é a fonte de todo o dogmatismo, fanatismo e intolerância religiosa presente no cristianismo, sendo uma doutrina extremamente danosa a toda humanidade, haja vista o posicionamento dogmático, fanático e intolerante do protestantismo e das denominações evangélicas frente às outras religiões existentes no Brasil e no mundo. O Sola Scriptura se caracteriza por um individualismo epistêmico absolutamente prejudicial ao progresso moral e intelectual da humanidade. Ao estruturar seu cânon sagrado exclusivamente através da Bíblia, da Codificação Espírita e de Alvíssara, o Alvissarismo rejeita todos os outros Livros Sagrados da humanidade como parte de seu cânon; mas ao rejeitar todas as outras Escrituras, nós continuamos a orar e respeitar a memória e a importância histórica e cultural de todos os Livros Sagrados da humanidade, tais como o Avesta, o Corão, o Mahabharata, os Vedas, o Canône Pali, o Livro dos Mórmons,  Kitáb-i-Aqdas, o  Guru Granth Sahib, o Tao Te Ching, e todos os outros grandes Livros Sagrados da história da humanidade.

 

Para o Alvissarismo Cristo é o único mediador entre Deus e a humanidade, não podendo haver salvação através de nenhum outro?

Sim e não, pois para o Alvissarismo Cristo é o único mediador entre Deus e a humanidade, mas o Alvissarismo não afirma que a salvação é somente em Cristo. Ao rejeitar todos os outros mediadores entre Deus e a humanidade, nós continuamos a horar a memória e a importância da Virgem Maria, dos Santos e dos Profetas fundadores das religiões mais bem sucedidas da história da humanidade, como Abraão, Moisés, Zoroastro, Buda, Confúcio, Lao-Tsé, Maomé (que a paz esteja com ele), Bahá'u'lláh, Kardec, Joseph Smith, Osho, Masaharu Taniguchi, Mestre Irineu, Zélio de Morais e todos os outros Profetas e Mensageiros de Deus fundadores de religiões mundiais. O Sola Christus luterano é, da mesma forma que o Sola Scriptus, a fonte e a matriz de todo o dogmatismo, fanatismo e intolerância religiosa existente no cristianismo do mundo pós-moderno, sendo, portanto, extremamente danoso a toda humanidade.

 

O Alvissarismo é adepto do monergismo ou do sinergismo? No que consiste a Soteriologia Alvissarista?

O Alvissarismo não é adepto do monergismo, onde Deus trabalha sozinho na salvação do homem, mas sim do sinergismo, onde Deus e o homem trabalham juntos pela salvação. Ou seja, nós não cremos que a salvação dependa toda ela de Deus exclusivamente, nós, pelo contrário, afirmamos categoricamente, que Deus atua parcialmente, e que a totalidade da salvação depende também da vontade de cada ser humano para completar a obra divina e assim unir-se a Deus, ou seja, segundo o Alvissarismo, o homem tem participação na salvação da sua própria alma, ou seja, ele é parcialmente responsável pela sua salvação ou perdição. A salvação depende no mesmo sentido e, ao mesmo tempo, da fé e das obras de amor, justiça e caridade, bem como da instrução na Palavra de Deus e da regeneração do homem completamente depravado pelo pecado original, mas capaz de se regenerar e se santificar através de uma nova encarnação onde possa saldar toda a sua dívida para como Deus, a natureza e o próximo, tal como Adão se regenerou e se santificou na sua segunda encarnação na figura de Jesus.

 

O Alvissarismo aceita o dogma da ressurreição da carne?

Não. O Alvissarismo nega veementemente o dogma da ressurreição da carne, pois entende que esse dogma mantém a civilização ocidental atrelada ao materialismo. Para o Alvissarismo a ressurreição de Cristo fora estabelecida pela alma e não pela carne. O Alvissarismo acredita na ressurreição da alma e não na ressurreição da carne. O Alvissarismo utiliza da lógica para demonstrar que a crença na ressurreição da carne é necessariamente falsa, e que a crença na ressurreição da alma ou imortalidade da alma é possivelmente verdadeira. Existe uma subclasse de proposições que podem sim, de alguma forma, ser falsas, e existe outra subclasse de proposições que não podem, de forma alguma, ser falsas. A proposição “O vento derrubou a casa” pertence à primeira subclasse, enquanto que a proposição “Todo quadrado tem quatro lados” pertence à segunda subclasse. Do mesmo modo, existe uma subclasse de proposições falsas que podem sim, de alguma forma, ser verdadeiras, e existe outra subclasse de proposições que de forma alguma poderiam ser verdadeiras. A proposição paraconsistente “O homem está morto, mas está vivo”, que fundamenta a crença na imortalidade da alma, pertence à primeira subclasse, enquanto que a proposição contraditória “Todo homem que está morto viverá”, que fundamenta a crença na ressurreição da carne no fim dos tempos, pertence à segunda subclasse, pois esta proposição equivale à crença de que existe um circulo quadrado ou que 1 + 1=3, já que a experiência comprova diariamente a falsidade desta proposição, posto que todo homem que está morto nunca voltou a viver, nunca ressuscitou na carne nem saiu da tumba para viver entre os vivos como zumbi, sendo o relato da ressurreição carnal de Jesus necessariamente falso, mas o relato da ressurreição espiritual de Jesus possivelmente verdadeiro, já que a história da humanidade está repleta de relatos de manifestações espirituais e comunicação com as almas dos mortos. Como nos ensinaram os filósofos medievais, o fato de existir essa divisão tanto no conjunto de todas as proposições verdadeiras como no conjunto de todas as proposições falsas revela a existência de dois modos da verdade e da falsidade se manifestar dentro da proposição: o modo da contingência e o modo da necessidade. A Lógica Alvissarista utiliza as modalidades da contingência e da necessidade para falar de proposições necessariamente ou possivelmente verdadeiras assim como de proposições necessariamente ou possivelmente falsas. 

 

Se o Alvissarismo acredita na ressurreição da alma e não na ressurreição da carne, então como o Alvissarismo explica o túmulo vazio? 

Para o Alvissarismo o corpo de Cristo fora roubado pelos próprios discípulos a pedido do Cristo, a fim de fazer a humanidade crer na vida após a morte sem ter de aderir abertamente à ideia platônica da imortalidade da alma, posto que se assim o fizesse seria completamente rejeitado pelos judeus, já que a crença na imortalidade da alma é de origem grega e não judaica, e proteger o corpo de Cristo de uma possível depredação por parte dos judeus e romanos, sendo os relatos bíblicos sobre os manjares post-mortem de Cristo e os apóstolos entendidos pelo Alvissarismo como puramente simbólicos, referindo-se não a digestão da comida em si mesma, mas sim do fluido espiritual da comida. A teoria do roubo do corpo de Cristo é a teoria apresentada por nós no quinto selo do primeiro tomo de Alvíssara, e que consiste na tese de que o sepulcro de Jesus foi encontrado vazio porque o seu corpo foi roubado. Sendo o Alvissarismo uma doutrina essencialmente Espírita de caráter Cristão, logo nós acreditamos na imortalidade da alma e não na ressurreição da carne; para o Alvissarismo, todas as aparições de Jesus Cristo post-mortem foram dadas em espírito e não em corpo. Desse modo, se a ideia da ressurreição da carne nos é inconcebível, e se é um fato histórico incontestável que o sepulcro de Jesus fora encontrado vazio, torna-se necessário explicar o que de fato aconteceu com o corpo de Cristo. Bem, Kardec não formulou nenhuma teoria sobre essa questão, apesar de ele ter deixado bem claro que o corpo de Jesus era um corpo material igual ao de todo ser humano, ele não se deu ao trabalho de especular sobre o desaparecimento do corpo de Cristo, essa tarefa, então, coube ao Alvissarismo. Para o Alvissarismo não há outra possibilidade para explicar o desaparecimento do corpo de Cristo senão através da teoria especulativa de que o seu corpo fora roubado pelos próprios discípulos. Se a ideia da ressurreição da carne é absurda aos olhos do Espiritismo-Alvissarista, se as aparições de Jesus post-mortem foram dadas em espírito e não em corpo, e se o seu sepulcro fora de fato encontrado vazio, logo não há outra teoria para explicar o desaparecimento de seu corpo senão a teoria do corpo roubado. A ressurreição de Jesus é um fato histórico inegável, pois possui mais de quinhentas testemunhas, não se trata, portanto, de uma alucinação coletiva ou de um simples mito, mas de um fato real que confirma a imortalidade da alma e a existência de uma vida após a morte. Apesar de todas as contradições que existem sobre o relato da ressurreição de Jesus, se interpretarmos esse fato histórico como uma manifestação da imortalidade da alma, todas essas contradições caem por terra, pois o fato se torna mais racional e lógico, porém ainda continua a ser uma questão de fé, mas tratar-se-á de uma fé racional. A ideia Islâmica de que Jesus não havia morrido na cruz, mas apenas desmaiado e depois se recuperou de suas feridas é, talvez, mais fantasiosa do que a própria ideia da ressurreição da carne, ninguém jamais sobreviveria a tamanho martírio; e a ideia Roustainguista do corpo fluídico de Jesus consegue ser ainda mais absurda, posto que essa tese implicaria na negação da encarnação de Cristo e na completa impossibilidade da distinção entre o corpo material e o corpo espiritual. Desse modo, fica esclarecido que, dentre todas as hipóteses existentes para explicar o desaparecimento do corpo de Cristo e as suas aparições post-mortem, a hipótese Alvissarista é a mais provável, isto é, a mais lógica e racional.

 

Por que o Alvissarismo afirma que as aparições post-mortem de Jesus foram realizadas em espírito e não em corpo se a Bíblia diz claramente que “enquanto falavam, apresentou-se Jesus no meio deles e disse: ‘A paz esteja convosco’. Aterrados e cheio de medo julgavam ser um espírito, mas ele lhes disse: ’Por que estais perturbados e por que estas dúvidas em vossos corações? Vede minhas mãos e pés, sou eu mesmo; apalpai-me e vede: um espírito não tem carne nem ossos como eu tenho’. Dizendo essas palavras, mostrou-lhes as mãos e os pés. Como ainda assim, dominados pela alegria, não acreditassem e permanecessem surpresos, perguntou-lhes: ‘Tendes por aqui alguma coisa para comer? Então lhe ofereceram um pedaço de peixe assado. Ele tomou e come à vista deles?” Como se deu esse roubo do corpo de Cristo e como explicar tais fenômenos?  

O Alvissarismo não é cético quanto à ressurreição de Cristo, o Alvissarismo é cético quanto à ressurreição da carne de Cristo, para nós trata-se única e exclusivamente de uma ressurreição da alma de Cristo, e não da sua carne, ou seja, as suas aparições pós-mortem confirmam a ideia Platônica da imortalidade da alma. Não é nada improvável que os seguidores de Jesus tenham roubado o seu corpo, pois eles eram os únicos interessados em fazer isso, não só para proteger o corpo do Mestre de uma depredação e posterior humilhação como também para veicular a mensagem da vida após a morte, que era a mensagem central de Jesus, só que ele não poderia falar de uma vida após a morte através da ideia Platônica da imortalidade da alma, pois se assim o fizesse seria completamente rejeitado pelo povo, já que essa era uma concepção escatológica de índole estritamente grega e não tinha nada a ver com a escatologia hebraica daquele povo.

É obvio que essa tese Alvissarista de que o corpo de Jesus fora roubado pelos próprios discípulos não é nem um pouco original, ela já se espalhara no dia mesmo da ressurreição de Jesus pelos judeus e pelos romanos, a novidade introduzida pelo Alvissarismo são os detalhes sobre esse acontecimento e a tese especulativa de onde poderia estar enterrado o corpo de Cristo. A hipótese Alvissarista de que o corpo de Jesus fora roubado pelos próprios discípulos é a única hipótese capaz de explicar de forma lógica e racional o desaparecimento do corpo de Jesus. Não é nada improvável, como propõe o Alvissarismo, que os seguidores de Jesus tenham roubado o corpo do Mestre com dois guardas romanos protegendo o túmulo, já que, como é narrado em (Mateus; 28: 11), os guardas por diversas vezes durante a noite dormiam tranquilamente, e que justamente uma dessas dormidelas é que deu a oportunidade para que os seguidores de Jesus pudessem rolar a pedra do sepulcro e retirar o corpo de Jesus de lá de dentro; e nem adianta alguns críticos desavisados dizerem que a pedra era pesada de mais para ser rolada, pois se conseguiram rolá-la para fechar o sepulcro, por que então não conseguiriam rolá-la para abrir o mesmo sepulcro? Esse é um argumento infantil de pessoas que querem a todo custo sustentar a ideia absurda e fantasiosa da ressurreição da carne. O Evangelho narra que os discípulos tiveram a ajuda de anjos para manter os guardas desacordados, e nesse estado, muito facilmente os discípulos retirariam o corpo de Jesus de dentro do sepulcro. Vejam bem, ao afirmarmos que os discípulos de Jesus roubaram o corpo dele do sepulcro, nós não estamos dizendo que eles sejam desonestos ou que tenham um mau caráter, muito pelo contrário, eles fizeram o que tinha que ser feito. O objetivo desse roubo era o seguinte: evitar que o corpo do Mestre fosse depredado e humilhado em público e sustentar a ideia escatológica da vida após a morte sem ter de aderir à concepção Platônica da imortalidade da alma. Se o roubo do corpo de Cristo não tivesse acontecido e se seu sepulcro não tivesse sido encontrado vazio a obra de Jesus teria morrido na cruz, e o povo estaria até hoje sem saber que existe uma vida após a morte e um reino do céu. Desse modo, quando os apóstolos apregoaram para o resto de suas vidas a ressurreição de Jesus, eles não apregoaram uma mentira, mas sim a verdade da imortalidade da alma. Os apóstolos só foram capazes de se sacrificar tanto e até morrerem pela mensagem da ressurreição porque ela era verdadeira, porém se tratava não de uma ressurreição da carne, mas sim de uma ressurreição da alma. Eles foram absolutamente verdadeiros e leais ao Mestre e ao povo, pois ao falarem que Jesus estava vivo e que lhes aparecia, eles estavam falando a verdade, pois o espírito do Mestre realmente lhes apareceu durante quarenta dias justamente para confirmar a existência da imortalidade da alma. O espírito do Mestre lhes aparecia da mesma forma como diversos espíritos apareciam a Chico Xavier e assim como os espíritos dos Santos e de Nossa Senhora aparecem ao Pedro Siqueira. Trata-se, portanto, de aparições em espírito e não em corpo.

Mas e quanto à ressurreição de Lázaro ou da filha de Jairo relatados no Evangelho? Os defensores da ressurreição da carne em geral apelam para Lázaro e a filha de Jairo para fundamentar a sua crença, já que este é um fato histórico incontestável, mas, no entanto, cabe a pergunta: acaso Lázaro e a filha de Jairo depois de terem sido ressuscitados por Jesus não morreram e foram enterrados como todo mundo? Se a ressurreição da carne é uma doutrina verdadeira, então porque Lázaro e a filha de Jairo depois de terem sido ressuscitados morreram e foram enterrados como todo mundo? Se a ressurreição da carne fosse uma doutrina verdadeira, então Lázaro e a filha de Jairo teriam sido ressuscitados para eternidade e não teriam morrido após a ressurreição. O que mostra que ambos estavam vivos em estado de catalepsia patológica e não mortos quando foram ressuscitados, pois se assim fosse não teriam morrido novamente. Antigamente acreditava-se que pessoas com catalepsia tinham ressuscitado por milagre divino, o que é o caso das ressurreições relatadas no Evangelho. Bem se vê que o próprio Jesus afirma categoricamente tanto no caso de Lázaro quanto no caso da filha de Jairo que ambos não estavam mortos, mas sim vivos, sendo questionado pelos presentes se ele pensava que eles não conheciam a morte, mas então Jesus diz que sim, eles conheciam a morte, mas ele (Jesus) conhecia a vida. Se a doutrina da ressurreição da carne é verdadeira porque Deus é Todo-Poderoso, que seria capaz de fazer ressuscitar na carne até mesmo as pessoas que foram cremadas, então tudo é possível, até mesmo um circulo quadrado. Quem, em pleno século XXI, depois de todo avanço tecnológico, científico e filosófico, ainda consegue acreditar em uma escatologia tão intelectualmente pueril, que é não somente improvável, mas também impossível? Do pó viestes e ao pó voltarás. Um corpo não pode atravessar paredes como fazia Jesus ressurreto, só um espírito tem capacidade para realizar essa façanha; o corpo espiritual é, em seu estado geral, invisível, mas ele pode sofrer algumas transformações que podem torna-lo visível e até mesmo passível de ser tocado, como é descrito no Evangelho, onde Tomé toca o corpo espiritual de Jesus. Mas, se Jesus ressuscitou em alma e não em corpo como estamos propondo aqui, como então explicar o fato de o evangelho narrar que ele, após sua ressurreição chegara até a comer junto aos discípulos? Bem, considerando que esse ritual erguido sobre a refeição fúnebre é mais antigo do que o próprio cristianismo e até mesmo mais antigo do que a filosofia, nós podemos dizer que os discípulos estavam repetindo uma situação erguida pelas religiões primitivas, onde era comum os parentes do morto darem de comer ao falecido num manjar fúnebre. (Essa situação é descrita no livro “A cidade antiga”) No caso, tendo o Cristo ressuscitado em alma, e tendo os discípulos a capacidade mediúnica (dom do Espirito Santo) de poder vê-lo, deu a ele de comer simbolicamente e não realmente, ou seja, nós entendemos essa passagem como puramente simbólica, de modo que, ao nosso entender, o que Jesus comeu ali na verdade foi o fluido da comida, do peixe, e não o peixe em si mesmo, da mesma forma como um espírito pode pegar o fluido de qualquer objeto material deste mundo, como um livro, por exemplo. Os apóstolos só aceitaram ser presos, apedrejados e mortos porque a mensagem da ressurreição era verdadeira, apesar do corpo de Jesus ter sido retirado do túmulo por eles, o espírito do Mestre lhes aparecia, o que lhes dava prova sobre a imortalidade da alma e a vida após a morte, reforçando assim a missão dos apóstolos de apregoar ao povo que Jesus havia ressuscitado. Dentre todos os apóstolos, Paulo de Tarso foi o que mais compreendeu essa situação, ou seja, de que as aparições de Jesus foram dadas em um corpo espiritual e não em um corpo carnal, pois foi assim que Jesus lhe apareceu na estrada de Damasco. Foi graças às cartas de Paulo que séculos mais tarde Santo Agostinho conseguiu sincretizar o Cristianismo ao Platonismo, introduzindo no pensamento Cristão a ideia Platônica da imortalidade da alma. Desse modo, é preciso deixar claro que o Alvissarismo não nega a ressurreição de Cristo, o que nós negamos é a ressurreição da carne. Em contraposição à ideia da ressurreição da carne nós afirmamos a ideia da ressurreição da alma, isto é, a ideia de que as aparições de Cristo post-mortem foram dadas em espírito e não em corpo. Para nós, imaginar que um sujeito como Jesus, que apregoou durante três anos a vida do espírito e a renúncia aos desejos carnais, iria se dar ao trabalho de, depois de morto, levar a tralha do próprio corpo para o reino do céu, é ir contra toda a sua pregação, ou seja, a ideia da ressurreição da carne não faz o menor sentido. “Isto afirmo, irmãos, que a carne e o sangue não podem herdar o reino de Deus, nem a corrupção herdar a incorrupção” (1 Coríntios; 15: 50).

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